domingo, dezembro 18, 2005

Ficção

No corpo, um incompreensível cansaço.
Na cabeça, uma multidão de questionamentos.
Na cama, um vazio ao lado.
No peito, uma vontade louca de gritar o mais alto e o mais forte possível.

Mas se conteve. O que os vizinhos iriam pensar?


The characters and events depicted in this post are ficticious. Any similarity to actual persons, living or dead, is purely coincidental.

segunda-feira, dezembro 12, 2005

Para Ser Lido Num(a) Só Fôlego(Raiva)

- Pelo jeito que se veste, boa pessoa não é.
- Aquilo ali é maconheiro safado, a gente reconhece de longe!
- Seja homem! O que os outros vão pensar de você?

Furem meus olhos e estourem meus ouvidos! Odeio toda forma de discriminação! Odeio o receio da discriminação (que é ainda pior, que não passa de uma autodiscriminação)!

Qual o problema com a roupa que a pessoa escolheu ou não escolheu para vestir?
Qual o problema com o tamanho do cabelo ou do estilo do penteado ou da sua ausência de um ou outro?
Qual o problema da pessoa ser gay, ou lésbica, ou celibatária, ou pornográfico?

Será que é a essa capa que define quem somos? O respeito que devemos ter? O mérito que devemos dar ou receber? Não é o tamanho do cabelo que mede a inteligência de uma pessoa, nem o número de piercings que mede a honestidade ou o desenho das tatuagens que mede a integridade. Posso não concordar com estilo de vida de alguém ou até achar que de forma alguma eu poderia pensar, praticar ou viver daquela ou de outra forma, mas isso de forma alguma me dá o direito de recriminar ou menosprezar outrem. Nem consigo admitir que alguém fique se questionando se vai ou não ser aceito socialmente se se comportar ou se um ente querido proceder ou mostrar-se como o é. Para uns, já é tão difícil ultrapassar sua própria censura, quanto mais lhe for imposto por si ou por outrem que haverá uma outra censura da qual não escapará?

Meu Pai, que ódio! Eu sei que também sou hipócrita em algumas situações, mas não consigo presenciar isso e achar tudo normal - que a vida é assim - e não me sentir revoltado esse tipo de atitude e/ou comentário.

sexta-feira, dezembro 09, 2005

Constituição Federal e a Matemática

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:

...

IV - salário mínimo (R$300,00), fixado em lei (Lei Nº 11.164/05), nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família (leia-se, ele(a), cônjuge e dois filhos) com moradia (A/300,00), alimentação (B/300,00), educação (Pública), saúde (SUS), lazer (Público), vestuário (C/300,00), higiene (D/300,00), transporte (E/300,00 - Vales-Transporte do Trabalho) e previdência social (INSS), com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo (?), sendo vedada sua vinculação para qualquer fim (leia-se, o trabalhador decide como, quanto e onde gastar);

Onde, A + B + C + D + E = 300,00

Certa vez, ouvi dizer que o trabalhador brasileiro era ruim de matemática. Talvez seja verdade, mas para que serve a matemática quando se faz o milagre da multiplicação todos os meses?

segunda-feira, dezembro 05, 2005

Antes de visitar um doente, marque uma consulta

- Clínica médica, boa tarde.
- Boa tarde, o doutor atende por chegada ou hora marcada?
- Hora marcada.
- Pode marcar um horário pra mim? Se não tiver, posso ir praí e esperar que a senhora me encaixe em qualquer horário.
- Ele não atende encaixe.
- Mas estou numa crise muito forte tenho que ser atendido hoje!
- Sinto muito. Só marcando hora.
- Certo, para quando?
- Tem vaga dia 26.

quarta-feira, novembro 30, 2005

Ainda sem bola de cristal

No filme Krull (UK, 1983), contava-se que os ciclopes eram seres com dois olhos, mas, pela ambição de ver o futuro deram um dos olhos, enganados, em troca receberam apenas a capacidade de enxergar o momento da própria morte. Além desse pequeno detalhe de ser o seu "personal game over", será que isso seria tão terrível assim? Você saberia se o passo que você está dando hoje está aproximando ou afastando o seu dia fatal e se você prestasse atenção de verdade naquele dito instante, poderia perceber se estaria satisfeito ou cansado dos anos que viveu. No filme, o personagem, num primeiro instante, preferiu não lutar e viver, depois, mudou de idéia sabendo que não teria mais volta.

O vampiro Lestat (de Anne Rice) não tinha absolutamente nenhum problema com o seu futuro, do momento desde o momento que foi transformado, tudo o que quis foi desfrutar do que o mundo tinha para oferecer, se estivesse cansado de tudo, bastava se enterrar e dormir, enquanto décadas se passavam. Também tinha um pequeno detalhe, como se diz no interior, o fim dele não seria de morte morrida, apenas se fosse morte matada. Ele não tinha nenhuma preocupação com o mundo e o fato de matar homens e mulheres não o incomodava nenhum pouco, nesse aspecto ele era totalmente amoral.

Por fim, em 12:01 (USA, 1993), Barry Thomas é a única pessoa do planeta que está consciente de que está preso num ciclo de 24 horas e que o dia se repete para todos, menos para ele. Além do simples detalhe de testemunhar a morte de Lisa Fredericks, por quem tinha uma atração, ficou cansado de acordar no mesmo dia da semana. Tédio não era exatamente o problema, ele poderia fazer qualquer coisa, tentar todas as soluções e opções de escolha. Para ele, o dia nunca se repetia, quanto aos outros, bem...

Deixando as Sessões da Tarde de lado e toda essa cultura pop, o fato é que o tempo e as coisas atreladas a ele (vida, morte, juventude, velhice, passado, futuro, projetos de vida...), vez por outra, têm o condão de me deixar cético sobre quase todo aspecto da vida. E se a esperança é aquela luz no fim do túnel, é bom que ela tenha um nobreak potente.

Mas, bem que eu poderia ser um lobisomem.


Nota: É melhor publicar esse texto, antes que ele seja deletado.

terça-feira, novembro 29, 2005

Minha Bola de Cristal Quebrou








































O que há à frente?

quinta-feira, novembro 24, 2005

Você é: Gandhi!


O que você vê? Um post totalmente off-topic.
Culpa de quem? Da falta de inspiração.
Postou por que? Porque sou dono.

Olhando assim, quem diria que compartilho do mesmo ponto de vista político de Gandhi? Muito menos autoritário que libertário, muito menos direita que esquerda, muito menos centro e equilibrado do que eu pensava que era.

Dizer que é da direita centro ou esquerda já não define mais o perfil de alguém...

O teste é em inglês como 90% do conteúdo da internet, mas é num nível bem tranqüilo.
Só tive uma dúvida na hora de responder quando questionou quanto a proteção econômica do estado nas relações de comércio internacional que, numa pergunta eu respondi "discordo veementemente", depois, pensei um pouco e respondi "discordo", depois lembrei do meu país e coloquei "concordo", daí pensei nos EUA e coloquei "concordo veementemente", mas voltei atrás, afinal de contas, eu sou brasileiro e não anti-americano.

Para quem gosta de teste: Faça você também.

"A brilliant conversation piece for your office or study ..."

Your political compass

Economic Left/Right: -4.88
Social Libertarian/Authoritarian: -2.92



Agora compare:


Outras figuras internacionais:
(Onde estaria o Lula aqui?)

segunda-feira, novembro 21, 2005

Irremediável

Não tem jeito. De volta a Roxin, Celso Antônio e Mirabete...

E como desgraça pouca é bobagem, o senhor Kernel me mandou uma mensagem:
Nov 20 17:44:20 esparta kernel: FAT: Filesystem panic (dev hdb1)
Nov 20 17:44:20 esparta kernel: fat_get_cluster: invalid cluster chain (i_pos 499100613)
Nov 20 18:12:19 esparta kernel: hda: dma_intr: status=0x51 { DriveReady SeekComplete Error }
Nov 20 18:12:19 esparta kernel: hda: dma_intr: error=0x40 { UncorrectableError }, LBAsect=80620943, sector=80620807
Nov 20 18:12:20 esparta kernel: ide: failed opcode was: unknown
Nov 20 18:12:20 esparta kernel: end_request: I/O error, dev hda, sector 80620807

Trocando em miúdos:
- Concurseiro não tem vontade própria, é estudar e parar de reclamar;
- Meus HDs estão morrendo.

Gim em copo de requeijão

Ser pseudo-intelectual cansa. Desisti, hoje sou pop. Não quero saber mais nada de Freud, Kant ou Zaffaroni. Quero ouvir a poesia de Falcão, os ensinamentos de Mestre Yoda e a filosofia de Homer Simpson. Vou cantar da vida em ré maior, vou bater o pé no chão e dizer que cantaria...

Diacho! Mudar é mais difícil do que eu pensava.

segunda-feira, novembro 14, 2005

Resultado do Exame de Ordem

Na primeira prova, uma das respostas foi cegamente escrita na folha onde estava impressa a palavra "rascunho".
Na segunda prova, por via judicial, foi demonstrado que a peça escolhida era cabível e que houve irregularidades entre a correção do exame e o certame, mas não em tempo hábil a fim de evitar uma terceira prova.
Na terceira prova, a chancela definitiva.
Todavia, não era todo dia que se via alguém já regularmente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil receber congratulações pela aprovação no Exame de Ordem.


No Portal Correio a notícia e na OAB a lista de aprovados 2005.2.

quinta-feira, novembro 10, 2005

A lâmpada apagou

Um plágio é o que tudo parece.
Nada que escrevo presta.
O poço secou.
A criatividade esgotou.
Nem chumbo me resta.
Nada me vem, nem com prece!
São vinte e três que se repentem.
– Prazer, sou PhD em mesmice.

domingo, novembro 06, 2005

O que é que eu fiz? Eu sou um santo!

– Acho muito massa isso preto que tu botas no olho.
– Gostou?
– Uhum. Também gosto de você ao natural...
– Sei... e esse seu sorriso cínico?
– Qual? Eu não sou cínico. Talvez seja a boca que não se controla quando vejo algo que me apetece.
– Você é um conquistador barato, isso sim!
– Barato e falido... gastei todas as minhas fichas contigo, agora só tenho centavos e nem ganhei o prêmio...
– Não? Será que não esqueceram de fazer a entrega?
– ...
– ...
– Bem que tu podias ter colocado batom só na hora de sair, né?
– Humf! Eu estava quieta. Você que começou.
– E eu tenho culpa por você ser linda?
– Tu gostas de me provocar, né?
– Entre outras coisas...

sexta-feira, novembro 04, 2005

Foi-se o bobo

TEM MEDO DE MORRER, NÃO? Vai passando o bobo. EI! Você aí, também! Passa pra cá, não esconde, não, ou leva bala, o cordão também!

Não era mais de uma da madrugada do dia oito de agosto. Meu sangue fervia. Medo de morrer? Óbvio que eu não tinha, nem tenho, mas nem por isso vou querer morrer de graça. Na minha cabeça, eu voava naquele merdinha e daria porrada até sangrar minhas mãos. Infeliz! No dia do meu aniversário, vem um pilantra e assalta mais de dez pessoas na praia a poucos metros duma lanchonete e simplesmente ninguém faz nada?! Já estava ficando com raiva do mundo inteiro, até da minha namorada com os dois braços agarrados no meu.

Pára com isso, dá logo esse relógio pra ele, o relógio não é nada!

O que dizer? Ali eu era só raiva contida num mínimo de inteligência para não querer abrir a boca. A única opção era deixar que levasse os nossos pertences naquela bicicleta que, sem dúvida, também era fruto de sua conduta delitiva.

EU SOU UM PSICOPATA!!! – gritou, apontando o revólver para o céu e dando em seguida uma gargalhada que quase me fez acreditar que era realmente um louco, era um maldito, isso sim.

Não sei quem chamou para persegui-lo, nem sei como o achamos, mas quando dou por mim, estou dirigindo a Nissan de meu pai com uma namorada gritando "calma" e um amigo, atrás, gritando "mata, passa por cima". Por ironia, o fato ocorreu na frente de nossa igreja, passei por cima, mas tive pena. Pena, sim! Poderia ter lançado a camionete toda em cima do ladrão e apenas passei com as rodas por cima da bicicleta, jogando o delinqüente ao chão, fora do alcance do carro. Dei ré, mas o miserável se recuperou e levantou o revólver, forçando-nos a afastar. Assim que ele começou a correr, continuamos a perseguição até que ele desaparecesse depois de pular pelos muros das casas da vizinhança ao som dos latidos de cachorros.

Já na delegacia distrital, um único agente que não queria registrar o BO por estar sem gente e sem máquina. Fazer o que? Saimos. Por ironia do destino (a vida é irônica!), ao chegarmos na esquina, avistamos o marginal se esgueirando pela parede no outro quarteirão, do outro lado da rua. Corremos para a delegacia pensando que ao menos o agente pudesse, ao ver o ladrão, fazer alguma coisa (atirar nele não seria má idéia).

– Sinto muito, meu rapaz, mas não posso sair do meu posto, estou sozinho e não posso te ajudar. A viatura chegará daqui a pouco.

Noventa minutos depois a viatura chega, o ladrão entra na favela (depois de rastejar pelas paredes de duas quadras na frente dos meus olhos, só o perdi de vista quando ele atravessou o canal) e já era tarde demais. Tarde demais para quem tem que acordar cedo e trabalhar pela manhã.

segunda-feira, outubro 31, 2005

Como Jogar Boliche

Meu segredo antes de jogar boliche foi a leitura (como não podia deixar de ser, naveguei pelo google um pouco antes de jogar) para arremessar uma bola, sem truques ou efeitos e derrubar um número razoável de pinos deve se ter em mente:

  1. A bola continua com 3 furos, logo, os dedos para jogar são os mesmos de antes (polegar, médio e anular ficam nos furos e o indicador e o mindinho ficam estirados tocando na bola);
  2. Escolha uma bola cujos furos sejam suficientemente largos para que seus dedos possam entrar e sair com facilidade;
  3. O movimento pendular do braço para arremessar a bola deve ser executado partindo da altura do peito, indo para trás e ao retornar para frente deve evitar que o cotovelo flexione;
  4. A bola segue tangente ao giro do braço e deve ser solta rente ao chão, para isso, a perna de apoio deve ser flexionada e esta é do lado oposto ao do braço que segura a bola;
  5. Todo o movimento deve obedecer a inércia, o braço deve seguir após soltar a bola, o corpo não deve tentar parar num movimento brusco;
  6. O giro é necessariamente vertical, para isso, deve ser usada apenas uma das pernas para apoio, a outra deve ficar atrás e deixar espaço livre para o movimento do braço;
  7. Sendo o movimento vertical, o raio entre o ombro e o polegar definirá o trajeto da mesma, assim, é com ele que se mira nos pinos;
  8. A mira não deve ser exatamente no centro do pino 1, deve ser ligeiramente ao lado;
  9. Bolas pesadas tendem a carregar os pinos na sua trajetória, bolas leves tendem a espalhar os pinos em várias direções;
  10. Bolas rápidas tendem a arremessar os pinos pelo ar, bolas lentas tendem a derrubar os pinos sem carregá-los.

É uma pena que jogo de século em século e coincidentemente as duas últimas vezes foi com Dina e Bruno – quem topa uma revanche?

sábado, outubro 29, 2005

A Pressa

É inimiga:
– Da Perfeição;
– Da Paciência;
– Do Orgasmo;
– Da Incolumidade do Motorista.

quinta-feira, outubro 27, 2005

Boliche

A quem interessar possa:

Manaira Shopping, amanhã, 28/10/2005, às 19:00.

Todos estão convidados.

segunda-feira, outubro 24, 2005

Enfrentei um engarrafamento, foi uma batida...

Queria falar qualquer coisa para divertir.
Queria verter um pouco de cor na tua vida.
Queria saber de cor como por um sorriso no teu rosto.

Criança, hoje é segunda e tenho que ir. Volto mais tarde.
Não me faça esse biquinho – olha que te mordo!
Ok, ok. Só mais cinco minutos.

Agora tenho que ir, tenho mesmo!
Essa carinha de cachorrinho me mata.
Parou com a brincadeira de chantagem emocional!
Tenho que ir ago... Hey!

Já fui! Tchau! Xô! Me larga! Xispa!
Sabes que te adoro.
Devias trabalhar na mesma hora que eu.
Até a noite.

domingo, outubro 23, 2005

O Não ganhou...

...mas não há que comemorar.

sexta-feira, outubro 21, 2005

Assunto: RE: Cristãos vontando não!?

Marcelo, respeito sua opinião contudo, devo discordar.

Quando digo NÃO, não estou defendendo o direito de matar, não estou dizendo que quero andar bêbado, com um revolver no porta-luvas do carro descarregando na cara do primeiro que me chamar de feio.

O que mais mata no Brasil? O carro. Mais do que máquina de transportar, parece-me que o carro é o instrumento mais adequado para ser proibido, é bem mais seguro proibir o carro de ser comercializado e evitaria um número muitíssimo maior de mortes no trânsito, vendendo carros apenas a empresas de transporte ou a entidades governamentais. Nem por isso o carro foi submetido a referendo sobre sua comercialização.

Facas são máquinas de matar, cortar, picar. Nos países orientais se comem com o hashi exatamente porque não é educado levar à mesa armas, talvez seja interessante proibir as facas de serem comercializadas. Eu mesmo já tive tanto um revólver apontado no meio dos meus olhos, bem como um estilete encostado no meu pescoço e outro objeto cortante na altura dos meus rins. Pois é, tive muita sorte com ladrões em João Pessoa.

Quanto ao uso, quantos policiais têm armas? Quantos treinaram tiro? Quantos efetivamente atiraram em atividade? Quantos mataram durante o exercício? A arma não apenas serve para matar. Ela dá apenas uma garantia: que se for usada em roubo, este será qualificado pelo uso de arma de fogo. Só. Ademais, a arma pode ter uso tanto para a polícia ostensiva quanto repressiva, pode ser usada para matar, salvar, defender, imobilizar, dependendo do objetivo e de quem maneja.

Não é porque existem maus administradores de objetos perigosos como armas, carros e facas que esses instrumentos devem ser proibidos. A questão também não é essa, porque se fosse, também deveríamos referendar o uso da maconha que tem até uso medicinal em alguns países no combate à depressão.

No planalto discute-se o assunto em duas frentes: "FRENTE PARLAMENTAR POR UM BRASIL SEM ARMAS" e "FRENTE PARLAMENTAR PELO DIREITO DA LEGÍTIMA DEFESA". Essas frentes, nem ao menos viram os resultados das urnas e já modificaram o inciso IV do artigo 6º, abrindo a possibilidade para que mais guardas municipais tivessem acesso às armas. Se estamos falando de eliminar as armas, por que abrir mais as concessões?

Ainda a lei foi mal escrita no seguinte aspecto: no artigo 10 há a permissão para o que está sofrendo risco de vida de ter porte de arma (leia-se andar com a arma) e dentro dos requisitos (cumulativos) está o de ter a propriedade da arma de fogo, mas no artigo 6º que trata da comercialização, eu não encontrei, no artigo, um inciso que permita a compra para aquele que deu entrada na Sinarm ou de alguma forma está buscando a arma por estar em perigo de vida.

A lei é pequena e deve ser lida por todos (ela está aqui).

Se este referendo está me perguntando se a solução para a violência nesse país é a proibição do comércio de armas e munição dentro do território nacional, como se dizia no início da campanha, ou se é o primeiro passo para esse alvo, como dizem agora, a minha resposta é não.

Um dos conceitos basilares da administração pública são os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade. Duas perguntas devem ser feitas: O sacrifício individual será menor do que o beneficio logrado pela coletividade? E, o sacrifício é razoável comparado aos alvos estabelecidos? Se existe algum debate quanto a primeira pergunta pelo alto nível de especulação de qual será de fato o benefício, na segunda pergunta chega a ser medíocre o alvo que tenho escutado de 99,9% dos defensores do SIM: "se meia dúzia de pessoas deixarem de ser mortas por armas de fogo, já terá valido à pena". Se o alvo é esse, basta deixar proibido o porte como já está ocorrendo que já superou esta marca tão risível.

Quando digo não, digo que não acredito que essa seja a solução ou seja nem se quer o primeiro passo para a solução da violência no país. Quando digo não, digo que não vou ser submetido a um referendo que não me apresenta uma medida que chega londe de ser paleativa. Quando digo não, digo que não quero dar ao ladrão a certeza que, na minha casa, chumbo ele não vai levar se entrar.

O motorista pessoense está começando a aprender a parar na faixa de pedestre e o pedestre está começando a aprender que deve usar a faixa de pedestre. O brasileiro pode aprender a ter a propriedade de uma arma letal. O Sinarm é o responsável pela educação da arma de fogo, o Detran, dos automóveis.

Quanto ao voto de Jesus, não estou querendo banalizar o uso de armas de fogo ou qualquer outro tipo de arma que possa ferir o homem, mas, se Deus fosse completamente avesso a armas, não estaria sendo incoerente quando tantos morreram pelas mãos dos israelitas? E tantos reis de judá e israel que tiveram que matar? E anjos com espadas? E Jesus usando chicote para purificar o templo?

Repito: não se trata da banalização do uso da arma, trata-se da possibilidade de, em certos casos, serem usadas.

A mão do Senhor será a última arma de fogo a atirar na terra, consumindo todos os que se revoltarem junto com o Diabo contra Cristo no final do milênio, como está em Apocalipse.

Como disse, respeito sua opinião, nem quero convencê-lo do contrário, só estou mostrando o meu ponto de vista.

Abraços,
Mythus

quarta-feira, outubro 19, 2005

Palavra de Idiota!*

Votar é direito aonde? Desde quando eu sou obrigado a exercer um direito? Direto obrigado é dever! Direito é faculdade! Direito, direito mesmo, é poder optar por não querer exercitar o maldito. É por isso que a gente está nessa porcaria. Com um monte de gente votando em troca de camisa, casa e feira, o ladrão tem que roubar muito mais do que já rouba para não ficar no prejuízo. Claro que se não conseguisse roubar mais do que ele gasta nos votos, ele já teria abandonado essa vida! Se o voto fosse facultativo, os votos teriam a qualidade do eleitor consciente e o político teria que levar o eleitor à convição de que votar nele realmente faria diferença. Agora dá licença que eu tenho mais o que fazer da minha vida.

*Inspirado no post de Makoto em 30/09/2005.

O autor deste blog reconhece que também já foi idiota. ;^)

sexta-feira, outubro 14, 2005

Pura perda de tempo

Antes eu suspeitava, até que descobri a verdade: O dia não tem 24 horas.
Meu tempo mirrado foi descontado.
Furtado por uma convenção!
Que convenção foi essa da qual não fui convidado?
Como puderam dispor do meu tempo sem minha concessão?
Pois podem devolver meu tempo de volta!
Quero cada segundo!
E, nas minhas contas, somam 31 dias, 2 horas, 23 minutos, 34 segundos e 9 décimos de segundo de vida!
E nem inventem de dizer que de agora em diante vão aumentar o tamanho do segundo!


1 dia = 23 horas 56 minutos 4 segundos e 9 centésimos de segundo.

segunda-feira, outubro 10, 2005

Catarina não pede arrego

Congelava.
Libertando-se do gelo, pôs-se a fugir.
Dormia e fugia para o mundo dos sonhos.
Corria e fugia para longe daquele lugar.
Era desesperador.
Mas falou consigo e se convenceu.
Controlou-se e venceu o medo.

Congelava.
Era um aperto profundo no peito.
Andava, corria, mas não se distanciava.
Por mais que se mexessem, não saía do lugar.
Era desesperador. Era depressão e impotência.
Ligou o som nas alturas para não se ouvir.
Tornou-se inimiga de si mesma.

terça-feira, outubro 04, 2005

Pedreiro

Existe algo escrito na minha testa que não consigo ler no espelho, mas tenho fortes suspeitas do que seja.

A sala tinha uma rachadura que subia a parede da soleira até o meio do teto, chegando na luminária, o danado olha, vira pra mim e diz que duas demãos de tinta resolviam o problema. Ele só pode estar assistindo muito TV Câmara e TV Senado para me dar uma resposta como aquela. Só pode. Será que o problema é comigo? Afinal de contas, eu já não entendo o mundo. O jeito é começar a decorar as respostas para os problemas cotidianos.

Problema: Paredes ruindo.
Solução: Demãos de tinta.

Problema: Violência no país.
Solução: Proibição da venda legal de armas de fogo.

Problema: Campanhas eleitorais milionárias.
Solução: Regulamentação da profissão de publicitário.

Problema: Estado de miséria da população do país.
Solução: Bolsas pecuniárias.

Problema: Corrupção política.
Solução: Vetar a participação do Caixa 2 nas campanhas.

Problema: Ensino Público Fundamental e Médio precários.
Solução: Sistema de cotas.


Tentando seguir essa lógica, acho que se alguém falasse que estava com um tumor na cabeça, acredito que a recomendação mais plausível e coerente seria: Aspirina. (Será que eu acertei dessa vez?)

domingo, outubro 02, 2005

Pedreira

Palavras quebradas... Frases malditas...
A c a b o u . . .


É impossível recomeçar do zero – como se nada tivesse ocorrido.
Ainda somos os mesmos, mas não somos quem éramos.
Começar do zero não é recomeçar e tentar ajeitar.
Palavra de quem já "fez"* reforma na casa.

* fazer reforma na casa não tem pretérito perfeito, é verbo defectivo, diz-se que a reforma acaba quando cansamos de consertar.

quarta-feira, setembro 28, 2005

Web"Work"

A Fazer:
- Acrescentar links ao template do flog e do blog;
- Retirar links do template do flog e do blog que estão desativados;
- Procurar um background melhor para a protopage.

Feito:
- Retoques na protopage a qual tenho usado ao preencher o campo homepage;
- Webnotes, uma espécie de post-it virtual;
- Organização do Bloglines com todas RSSs dos blogs que visito (inclusive tiras).


Com uma miríade de tarefas verdadeiras pendentes, ainda demando tempo e presto atenção em tarefas menores.
Haja desconscentração e indisciplina!

segunda-feira, setembro 26, 2005

Quando um lenço não basta

Chorava e soava o nariz.
Soava como quem tinha um trombone nas fuças: gastava rolos de papel higiênico.
E as lágrimas escorriam, por um olho só, o esquerdo.
O pior de tudo era a sensação na garganta – só queria um alívio, nem que fosse momentâneo.
– Ah! Maldita! Nunca sei quando é alergia ou gripe. Maldita rinite!

quinta-feira, setembro 22, 2005

Tirando todos os problemas, mazelas e stress, está tudo ótimo!

– O treino do software vai ficar pela metade mesmo. Amanhã você vem cedo e ensina para a gerente. (Só podia, depois de um chá de cadeira de três horas e meia, o que é que você queria?) Bem, até amanhã!
– Até!

Subiu as escadas, cruzou com os sócios.

– E aí? Como é que está?
– Está o que? O servidor? O programa?
– Quero saber se você está preparado?
– Pra que? Pra OAB? Pros concursos? Pro recurso do MS?
– Não, pra fechar o contrato de aluguel do terreno! – disse, dando uma gargalhada tão gostosa que até contagiou a outra sócia – eu vou enlouquecer! – disse, continuando a rir.
– Ainda não, tô indo pra aula agora.
– Não! Precisamos de você pra mandar um email aqui.
– Junte o que vocês tiverem aí, que lá em casa a gente resolve quando eu voltar.

Sai da loja, pega o carro, corre para o shopping e tem a sorte de cruzar com uma funcionária da loja.

– E aí? Já tá tudo funcionando?
– O que? O servidor? O programa?
– O programa?
– De cima ou de baixo?
– Da gente.
– O programador fez umas mudanças e eu as apliquei hoje à tarde, mas só mexi com o debaixo, você não viu se tá OK?
– Tá do mesmo jeito.
– Mexeu nele, hoje?
– Não vi diferença.
– Amanhã a gente vê isso.

Virou-se, continuou a carreira, passa pela entrada, direita, depois direita de novo e aperta o botão do elevador. Tinha que esperar. Quando cruza seu caixa do banco.

– Oi! Quanto tempo! Nunca mais te vi! Nunca mais passou lá.
– Pois é...
– E o que tem feito?
– Ai, ai, ai...
– Muita coisa! Bem, eu vou indo, um abraço!
– Até mais! (Enfim, um que entenda!)

domingo, setembro 18, 2005

Nota

Por força da Resolução 90.836 de 08 de setembro de 2005, que dispõe sobre o Ato das Disposições Emergenciais Transitórias, o proprietário dos Caleidoscópios ficou impedido de blogar, flogar ou comentar desde o falecimento do servidor Novell da C. Barros, até que o dito cujo fosse substituído pelo servidor Ubuntu, que ainda está em fase de treinamento. Poderá voltar as atividades normais, como comer três vezes ao dia e dormir sete horas por noite, entre outras atividades, à medida que sua ação não seja tão requisitada.

Lamentamos o ocorrido e esperamos a vossa compreensão.

quarta-feira, setembro 07, 2005

168

Trabalho, casa, trabalho, casa, trabalho, cinema (dia dos miseráveis), casa, trabalho, casa, trabalho, barzinho, casa, trabalho, casa... E agora só restavam 40 horas para que sua vida fizesse algum sentido, antes de voltar ao trabalho.

Feriados são coringas nesse baralho:
Para folga ou trabalho.

segunda-feira, setembro 05, 2005

Santo de casa não opera milagre

Ou "Um Post Off-Topic"

Finalmente, decidi me render aos clientes Firefox e Thunderbird, projetos irmãos da Mozilla.org e abandonar a Suite Mozilla. Segundo Andrei, eu era o último usuário da Suite, e só permaneci fiel devido à comodidade dos cntrl+ (crtl+q, ctrl+click_esquerdo, shift+click_esquerdo, cntrl+w, cntrl+shift+w) e dos 196MB de emails que nem com reza forte eram transferidos com sucesso para o thunderbird. Como fiz upgrade para o Fedora Core 4, aproveitei para testar novos programas: o yum (atualizador de pacotes de programas) está muito superior ao apt, o OpenOffice 2 está todo em Português, o RedHat up2date Alert voltou. Dentre eles, funcionou com perfeição a transferência de todos os emails, configurações e etc para o Thunderbird. Decidi migrar para o Firefox, apesar de sentir muita falta do ctrl+q.

Na página inicial do Thunderbir tinha algo chamativo: "Features (...) RSS Reader" quando clico no link, minha surpresa, abre o Mozilla (browser da suite) e não o Firefox, completamente desprestigiado. Pensei: já sei, quando eu clicar em algum link mailto, vai abrir o Mozilla Mail – ledo engano – abre o Evolution, que nem da Mozilla é (é da Gnome). Firefox e Thunderbird são irmãos? São sim, assim como Caim e Abel, Esaú e Jacó, Rômulo e Remo...

Eu, que sou diplomata por essência genotípica, tinha que fazer as pazes entre os dois. Consultando o Oráculo (Google) encontrei a minha solução:

$ vi ~/.thunderbird/*.default/prefs.js
acrecentei as linhas:
user_pref("network.protocol-handler.app.ftp", "/usr/bin/firefox");
user_pref("network.protocol-handler.app.http", "/usr/bin/firefox");
user_pref("network.protocol-handler.app.https", "/usr/bin/firefox");

$ vi ~/.mozilla/firefox/*.default/prefs.js
acrecentei a linha:
user_pref("network.protocol-handler.app.mailto", "/usr/bin/thunderbird");

Simples assim.

Duro mesmo é fazer com que V4L2 pwlib plugin esteja num pacote rpm do Fedora Core.

Contudo...
<Mythus> Are you there?
<Mythus> Do you have a minute, please?
<Mythus> I'm trying to install a webcam that uses V4L2 and the sn9c102-based driver. My fedora core 4 recognizes -> usb 2-2: SN9C10[12] PC Camera Controller detected (vid/pid 0x0C45/0x600D) But there is no pwlib plugin for v4l2 in rpm packages on the Gnomemeeting site and sometime around May I tried the CVS rpm files and it didn't help on anything.
<Mythus> I've used Ubuntu and the D-Link DSB-C110 webcam works fine, Mandriva and Suse too. I read an email of Damien Sandras: "The code is in the PWLIB CVS on openh323.sourceforge.net. If you compile CVS for PWLIB, OpenH323 and GnomeMeeting, then you will be able to work on it." Is that my only solution? I don't think that to force other distro's rpms should be a good idea.
<Mythus> I know you're busy, but if you have some time, please answer here or by mail to mythustm[a]yahoo.com. I would appreciate any help.
<Johnny> Yes the v4l2 have not been compiled.
<Johnny> I could fix that.
<Mythus> YES!
<Mythus> Thank God!
<Johnny> But not tonight Ill look at it over the weekend..
<Mythus> Man, for someonde who is waiting a couple months a few days won't hurt at all!

Algum tempo depois...
<DV> see https://bugzilla.redhat.com/bugzilla/show_bug.cgi?id=155317
<Mythus> Daniel, I wrote there. So, I have do compile?
<DV> I will look at the issue this week
<DV> the bugzilla entry is where progress will be reported
<Mythus> ok!
<Mythus> Thanks!
<DV> np

quarta-feira, agosto 31, 2005

Era lá e lô

Meu poema nasce do espanto, do susto. Nasce carente. Tal qual esses moleques que não têm pais, que não me deixam em paz, e que nascem como crias de bichos que só respondem ao instinto de copular.

Do susto que quebra o poema, que corta a prosa, aquela dos velhinhos da esquina, jogadores de dominó, que não interrompem uma partida por nada, exceto pelo assalto do moleque carente armado. Não é do tipo de susto que cura soluço, é do susto que provoca! Provoca também a lágrima da netinha que estava apenas vendo voinho jogar.

E já nem é mais o espanto da reação de certificar que o vidro do carro está realmente levantado, nem da reação do corpo idoso indo ao chão, vencido pela gravidade, mudo, levando a mão ao peito, no exato lugar onde levou o tapa.

Meu poema nasce do que se levanta com a queda e com a fuga, e do olho preto, molhado e arregalado de .

Meu poema nem é meu. É dela.

segunda-feira, agosto 29, 2005

Pois então jogue fora seu livro de geografia!

– No Brasil, só tem duas estações: verão e inverno!
– Tem quatro!
– Duas, e estamos no verão!
– Você é louca! Inverno! Já me ligaram dizendo que lá em casa está chovendo a três dias seguidos!
– E tu achas que esse inferno de 40º C é inverno?
– Pará é quente.
– É, mas está assim porque é verão!

sexta-feira, agosto 26, 2005

Doze Pensamentos Inoportunos

1) As piores depressões pós-viagem são oriundas dos melhores passeios: Isso é Ying e Yang;
2) Volte pelo menos um dia antes do fim das férias, para curtir a ressaca e reduzir o choque do primeiro dia de trabalho;
3) Não avise ninguém do trabalho que você voltou antes do fim das férias;
4) Avise sobre sua chegada apenas àquele que vai apanhá-lo no aeroporto;
5) Férias acontecem de tempos em tempos, não adianta querer voltar ao aeroporto, curta a ressaca;
6) Espere o pior, seja criativo como Murphy, dificilmente o dia será melhor do que você esperava;
7) Você não vai conseguir por o trabalho atrasado em dia no primeiro dia, salvo se for vagabundo;
8) Ficou deprimido quando voltou à vida real? Não se preocupe, não tem como evitar;
9) Fique longe de pessoas carentes de intelecto e sagacidade;
10) Fique longe de objetos cortantes, perfurantes, contundentes, perfuro-cortantes, perfuro-contundentes e corto-contundentes;
11) Toda crise demora para passar, torça para que a sua acabe na próxima semana;
12) Mostre as fotos a seus amigos lembrando da viagem e não do trabalho de amanhã.

quinta-feira, agosto 18, 2005

Ticket


Ticket, originalmente uploaded por mythus.

Para o alto e avante!

terça-feira, agosto 16, 2005

Ceguinho

Tais diz:

Te encontrei no orkut e te adicionei. Tudo bem?

Quem? Como? Quando? Onde? Por que? diz:

Claro! Sem problema Já aceitei aqui o teu pedido.

Tais diz:

Lembra de mim?

Quem? Como? Quando? Onde? Por que? diz:

Vejamos...

Quem? Como? Quando? Onde? Por que? diz:

Galega, olhos verdes, magrinha, dois furos em cada orelha (e gostava de usar um brinco em forma de lua e outro em forma de estrela), pele bem bronzeada (a gente surfava quase todo dia junto), você tinha sardas no nariz, duas pintas pretas – uma no braço e outra na mesma altura no ombro –, os dentes da frente era parecidos com os meus (bem quadrados) e seu sorriso era aberto, do tipo que mostra os 32 dentes, sem barroquinhas. O rosto era ovulado e acho que na época, você batia na altura do meu nariz. Que mais? Você vivia descalça (todos nós), fazia ginástica olímpica no Déde e tinha um irmão mais velho chamado Gabriel (que tinha toda a coleção dos Comandos em Ação). Teu pai era militar. Quer mais?

Tais diz:

Nossa! Não sabia que você era tão observador!

Quem? Como? Quando? Onde? Por que? diz:

hehehehe! É o que dizem...

Tais diz:

hmmm... daquela época...

Tais diz:

Eu lembro que paquerava você

Quem? Como? Quando? Onde? Por que? diz:

Sério?

Tais diz:

Uhum

Quem? Como? Quando? Onde? Por que? diz:

Puxa... passou despercebido esse detalhe

sexta-feira, agosto 12, 2005

Love Letter

Amada Anarquia de Caria,

"Aquele que botar as mãos sobre mim, para me governar, é um usurpador, um tirano. Eu o declaro meu inimigo."

Finalmente vou me governar. Até agora nós, anarquistas, sempre fomos vistos como sonhadores de uma utopia distante, mas nosso desejo finalmente está mais perto do que nunca! Já é quase pacífico que praticamente todos os partidos foram financiados com dinheiro sujo de caixa dois e, ontem, vimos que existe a possibilidade de que Duda Mendonça recebeu pagamento em moeda estrangeira da campanha eleitoral e partidária. Falta só o mais difícil: provas. Segundo a Lei 9.096/95:

Art. 28. O Tribunal Superior Eleitoral, após trânsito em julgado de decisão, determina o cancelamento do registro civil e do estatuto do partido contra o qual fique provado:
I – ter recebido ou estar recebendo recursos financeiros de procedência estrangeira;
II – estar subordinado a entidade ou governo estrangeiros;
III – não ter prestado, nos termos desta Lei, as devidas contas à Justiça Eleitoral;

Pelos incisos I e III, cascavilhando um pouco, logo, logo, Estrelas, Tucanos, Mãos-que-Seguram-Rosas, Martelos e outros ícones cairão. Se a Comissão Pizzaiola de Inquérito investigar tudo que tem acontecido nos últimos 5 anos (o prazo prescricional é de 5 anos a contar do fim do vínculo do mandato eletivo ou do fim do cargo em comissão ou função de confiança, mas pode ser renovado com os mandatos que não precisam do afastamento de 6 meses para desimpedimento ao pleito – assim, pode-se ir mais para trás, além dos 5 anos), quem sobreviverá?

Não existe candidatura avulsa, assim, todo candidato precisa de um partido. Se não existem partidos, não existem candidatos e os artigos e impõem certa dificuldade para que um partido seja devidamente registrado.

Em 2006, não haverá candidato para presidente, governador, senador, deputado federal e estadual. Enfim, estamos mais perto que longe.

Finalmente, um legado a nossos filhos.
João Perdigão Gutierrez

Agradecimento

Recebi muitas mensagens e o Orkut ficou de mau de mim, nem todos receberam meus agradecimentos, fora as honras que recebi no blog do meu irmão, Breno, no de Carol e no flog de Keila.

Desculpem-me aos que receberam cinco vezes a mesma mensagem e não me tenham por ingrato aos que não receberam nenhuma, pelo Orkut eu desisti, assim envio por aqui:

Olá de novo!

Vai entender porquê, mas além de "Bad, bad server. No donut for you" ele também é desobediente e não envia essa mensagem a todos os meu amigos...

Não! Apesar da nova idade, eu não estou caducando ainda. Mandei a mensagem a todos. A culpa é do Orkut que quer me fazer de ingrato, impedido que eu agradeça todos os parabéns que recebi.

Vai ai, mais uma vez. (Cruzem os dedos)

--- mensagem original ---

Seria impossível retribuir individualmente todos os gestos e palavras de carinho, ainda mais utilizando um servidor que a toda hora confessa que não merece uma rosquinha por ser mau.

Apesar do claustro dos estudos, há vida lá fora. Há grandes amigos, colegas e conhecidos. Há surpresas muito agradáveis. E tanto lá fora quanto aqui dentro – não do claustro, mas do coração – existe um Deus amável e zeloso e sou grato a Ele por cada um de vocês.

Tenham certeza, é impossível retribuir ou traduzir em palavras (ainda que sejam muitas) a satisfação que sinto por não ter passado em branco pela vida de vocês, e a felicidade que tenho por carregar um pouco de vocês comigo. Vocês são meu tesouro imensurável e minha glória.

Desejo para vocês o dobro de tudo o que desejaram a mim ou cem vezes mais! Desejo que recebam o máximo que puderem compartilhar, pois de que vale ter algo que não possa ser compartilhado?

Sou obrigado a todos, no sentido mais literal da palavra: eterno devedor de cada um por tudo que já me deram tão liberalmente, e continuam dando, sem cobrança de juros e mora ainda com meu atraso no pagamento.

Perdão por não escrever individualmente a cada um segundo cada recado (scrap) e mensagem. Generalidades são sempre injustas – Como encerrar essa mensagem, por exemplo?

Fraternalmente,
Carinhosamente,
Com amor,
Um Beijão,
Um grande abraço,
(conforme cada um dos meus caros(as) e prezados(as))

segunda-feira, agosto 08, 2005

A quem interessar possa

Sintam-se convidados!

Restaurante Yokan, hoje, às 21 horas, horário de Brasília.

E para quem quiser pagar a conta do aniversariante: ele promete que não vai comer muito, (já está além do peso).


Observação: Ele não sabe exatamente onde é (é no Cabo Branco), mas é pra lá que vão levá-lo.

sexta-feira, agosto 05, 2005

Conversa de pescador

Quer deixar o bicho nervoso? Põe o danado do siri numa lata de leite. Nem precisa fechar a tampa, nem chacoalhar demais. Colocou? Agora tenta mexer nele ou tirá-lo. Ó aqui, meu dedo! Eu chamo a patroa assim: "meu siri-na-lata". Depois de tantos anos, ou acostumei, ou virei criador de siri. Acho que no dia que ela inventar de não querer mais sangrar meu dedo, vou achar que ela enjoou de mim.

quarta-feira, agosto 03, 2005

CPI – Coleção de Pérolas Imperdíveis

– Qual a sua relação com seu cunhado?
– Ele é meu cunhado.

– Vossa Excelência (José Dirceu), sabe que tenho profundo apreço e admiração pelo senhor, tanto que vou encerrar recitando uma poesia de Carlos Drummond de Andrade: "E agora, José? / A festa acabou, / a luz apagou, / o povo sumiu, / a noite esfriou, / e agora, José?" e agora, você?

– Já que a Senhora é bastante competente, eu pergunto: sabe quanto foi exatamente o lucro da SMPB em 2003?
– Não sei números de cor.
– Uma diretora financeira competente como a senhora deve saber, então, quanto foi pago de CPMF em 2003!

– A senhora acredita que a turma do Marcos Valério é competente?
– Que turma?
– A turma: a equipe, os diretores...
– A empresa é extremamente competente.
– A senhora acredita que a propaganda é a alma do negócio?

Bobba Jeff, o caçador de recompensas (Roberto Jefferson), cantarolando durante a renúncia de Valdemar Costa Neto: "eeeeeuuuu, caçador de mim..."


Momento de Cultura:
Inquérito, segundo Júlio Fabbrini Mirabete, é todo procedimento destinado a reunir os elementos necessários à apuração da prática de uma infração penal e de sua autoria.

segunda-feira, agosto 01, 2005

Faz favor...

Ô moço, deixa eu engraxar teu sapato? Eu juro que não sou igual ao Tico, que só tem graxa preta e que se joga a engraxar sem pedir.

Deixa, moço. Eu não vou demorar que nem o Prego, nem vou ver se o senhor tem grana pra ser roubado.

Por favor, seu moço. Já comi hoje, pão com manteiga e café, mas sabe como é... falta o almoço e o jantar.

Juro que não vou te enganar. Não sou moleque. Só tô na rua. Meu nome é André.

quinta-feira, julho 28, 2005

Miolo de Pote

Como sempre, atrasado. Já não basta toda a corrida do mundo, há sempre um obstáculo que me tira do tempo. Oito e quarenta para variar. É assim que se vai marcando o estilo, logo no primeiro dia de aula do segundo semestre. Tudo normal. Agora é sentar no fundão e pegar o resto da aula...

Normal? Normal uma ova! Finalmente os deuses do Olimpo, de Asgard e do raio-que-o-parta sorriram para este pobre mortal! É lin-da! Cabelos negros e lisos, pele bem branca, olhos verdes, lábios... caracas! Que boca linda! Seios, coxas, batatas... Maldita hora que inventei de ser tímido!

Hoje não é fundão. Vou sentar duas cadeiras antes.

Hum... até a voz dela é gostosa de escutar. Vai ser uma maravilha ter esse burburinho durante essa aula chata.

Nossa... mas ela conversa, heim? Até que a aula não está tão chata assim. Ô gatinha, fica quietinha aí, vai? Custa nada, não.

Putz... o professor não vai fazer nada? Vai falar assim no inferno! Caracas! Essa mulher é o cão! Alguém tem aí uma mordaça?

Ô troço, já escutei minha cota anual de fofoca e besteirol. Eu lhe dou uma Caras de presente se você e sua amiga forem pastar lá fora!

Maldita hora que inventei de ser tímido! Amanhã é fundão! E na ponta!

sexta-feira, julho 22, 2005

Princípio da Eficiência Anglo-Saxão

Para os americanos, é atacar um país sem precisar de provas.

Para os britânicos, é matar o suspeito de terrorismo ainda em fuga.

Prefiro o brasileiro... com toda sua lentidão.


PS: O suspeito assassinado pala polícia britânica era um brasileiro morando legalmente no país.

quarta-feira, julho 20, 2005

Mania de Brasileiro

– Por que restaurantes que servem rodízio foi uma idéia que deu tão certo no Brasil?
– Porque você quer dar prejuízo ao dono do restaurante e ele quer dar prejuízo em você.
– Mas hoje eu dei! Se eu comer mais um pouco, juro que explodo!
– E eu? Não conta, não? Você não comeu por nós dois. Pague logo a conta antes que você se exploda. E nem venha chorar pro meu lado com dor na barriga...

quarta-feira, julho 13, 2005

Memo 09-GDP-2005.07.13

Caro senhor Lúcio Freitas, Diretor de Produtos de Consumo:

Em resposta ao seu memorando, sinto-me honrada. Devo confessar que o senhor me dá todos os motivos para a dedicação fora do trabalho. Já, no trabalho, modéstia à parte, acredito na minha competêcia. Peço apenas que o senhor não se atrase, no mês passado, quase que convido o motorista para jantar comigo. Gostou do café? Feliz dia 13. Obrigada pelo cartão.

Cordialmente,
Márcia Melo, gerente do Departamento Pessoal.

Memo 01-DPC-2005.07.13

Cara senhorita Márcia Melo, gerente do departamento de pessoal:

Estou enviando esse memorando com o intuito de render as mais sinceras homenagens, em virtude de sua dedicação dentro e fora do trabalho, o que demonstra que esta empresa tem um verdadeiro patrimônio no seu quadro de funcionários. Simbolicamente, ofereço um jantar, nesta quarta-feira, 13, no Ristorante Consolini, às 21:00. Apanha-la-á, em sua residência, o motorista.

Atenciosamente,
Lúcio Freitas
Diretor de Produtos de Consumo

Tema Único: Prazer

Dei-me o prazer de postar sobre o tema bem aqui, no meu flog.

Se me permitem, obrigado. B^)

domingo, julho 10, 2005

O Bilhete

Atendendo a sugestões alheias e mentais, matar-me tornou-se uma opção interessante. E sendo o último evento da minha vida, deve ser, no mínimo, espetacular, emocionante e sui generis.

Se eu estivesse num elevador e todos os cabos se arrebentassem, eu poderia flutuar numa aparente gravidade zero. Estando com um copo cheio de um líquido qualquer, eu poderia soltá-lo ou virá-lo de cabeça para baixo e ele não cairia nem derramaria seu conteúdo até o momento fatal. Convenhamos, uma experiência de 5 segundos de observação é muito pouco, não dá nem para fazer a cara de puxa-que-interessante.

Se for para cair, melhor seria a queda livre, saltando de avião, mas eu não tenho prática para "planar" na resistência do ar. Com sorte minha trajetória seria tão desengonçada quanto a dos gatos que eu arremessava ao ar quando moleque para ver se realmente caíam sobre as quatro patas – experimente você também arremessar um gato, é bem interessante.

Bala na cabeça, asfixia, comprimidos, corte de veias, tudo isso pode ser bastante agonizante, não é nada do que eu quero para mim. Overdose, para quem nunca experimentou nada além de álcool, está fora de cogitação.

Pode não ser a melhor solução, mas a única forma que encontrei que "prolongasse" o tempo da morte, dando-me chance de curtir a experiência da morte foi uma só: vou morrer bebendo Coca-Cola. Quem sabe, enquanto a morte não chega, eu consiga fazer algo espetacular, emocionante e sui generis no meio do caminho.


"Coca-Cola – Enjoy"

quinta-feira, julho 07, 2005

Quando a vida sorri sarcasticamente para você

Você não é tão criativo quanto sua namorada lhe dizia.
Não é tão bonito quanto sua tia lhe falava.
Nem tão forte quanto seu pai lhe afirmava.
Ou sequer tão inteligente quanto sua mãe lhe referia.
Apenas você sabe o quanto miserável você é.
E eu estou pouco me lixando por você ter crescido assim: iludido.

segunda-feira, julho 04, 2005

É fogo

Fumaça na casa, até que se vê a chama, lambendo a janela e estalando a ripa do telhado.

– Fogo! Cadê Luzia? Cadê Luzia? LUZIA? Corre, Pedro! Ela não tava contigo? Cadê ela?

Desesperado, põe a porta a baixo e entra gritando por ela. E volta com ela gritando com ele.

– Me larga! Me larga , seu monstro! Ah! Socorro! Me deixa! Tira as mãos de mim!

Salvou a sobrinha do fogo, depois de tê-la mandado ao inferno.
Salvou-se, por um fino, do fogo disparado por seu sobrinho.
Mas não houve salvação da ira do seu mais chegado irmão.

sexta-feira, julho 01, 2005

Reload It







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segunda-feira, junho 27, 2005

Outro Começo: Ano II

Períodos chuvosos.

Enquanto o menino espera o ônibus da escola, ele cospe no rio da sarjeta. Fica acompanhando as bolhinhas se separarem seguindo o barco-folha até que ambos se precipitam pela cachoeira do bueiro. O capitão-saúva também não desconfia que seu submarino-graveto que ruma descontrolado terá o mesmo destino.

Enquanto a senhora espera o ônibus do menino, ela não faz nada. Permanece absolutamente desencantada com o mundo a sua volta. Tudo é tão normal, molhado e entediante. Fica pensando que vai ter que correr com a faxina e com o jantar para ficar tudo pronto antes que os pais dele cheguem.

Passaram-se anos e o menino continua encantado com o cotidiano. A diferença é que ontem fez um ano que ele compartilha o seu jeito de ver com pessoas que não se entediaram com a realidade.

E nem precisou de três espelhos, um tubo de cartolina e duas tampas furadas para ver o mundo de outra forma.

quinta-feira, junho 23, 2005

O Perfeito

Nasceu e é menino! É a coisa mais fofa do mundo! Parabéns! É a cara da mãe! Nada, tem os olhos do pai! Diz papai, diz! Diz mamãe, diz! Larga isso, você vai se machucar! Olhe que vou chamar seu pai! Vá fazer seu dever de casa, que já, já eu levo um lanchinho pra você! Obrigado, meu amor, eu também te amo! Ô moleque, tu queres matar tua mãe de desgosto, não!? Eu não quero que você ande mais com essa turma! Meu querido, essa menina não é boa para você! Filhão, você é meu orgulho, vamos pescar no próximo final de semana pra comemorar? Como esse final de semana você não pode? A gente está programando essa viagem desde o mês passado! Três anos de namoro e a gente ainda está desse jeito, não tem liberdade pra nada? Que saco, heim? E aí, brô? Semana que vem, tu vais entrar pela primeira vez de férias do teu trabalho e da faculdade ao mesmo tempo, e aí? Vais acampar com a gente dessa vez? Aproveita e leva a mina! Mocinho, não esqueça de ligar assim que chegar lá! Alô? Filho, tens a chave de casa, não vamos estar em casa quando você chegar, chegaremos a noite, cuide-se! Querido, chegamos! Por que a casa está toda escura? Ainda não desfez as malas, guri? Que bilhete é esse? "Cansei de viver tantas vidas. Adeus."

quinta-feira, junho 16, 2005

"A Boa e Velha Tática" ou "Ai de Mim"

Leitura bíblica diária. Hoje. Livro de Juízes, capítulo 14. Sansão tinha matado um leão e, no cadáver, depois de um tempo, surgiu uma colméia da qual ele tirara mel para ele e seus pais. Como o fato foi inusitado, quis fazer uma brincadeira de adivinhação para durar toda a semana de festa do noivado dele. Uma brincadeira, uma aposta contra os amigos da noiva. Não querendo perder, ameaçaram-na para que ela descobrisse.

Sansão não tinha contado a ninguém, pai, mãe, parente ou amigo – não interessava, isso não era argumento para impedir apurrinhação – "você não me ama mais", choros, "você me odeia", lágrimas, incessantemente durante uma semana. Não é à toa que ele ficou a ponto de morrer, até que finalmente conto o segredo.

Eu não sei como ele agüentou tanto tempo – uma semana! Quando minha mulher começa, ou eu me mudo para o escritório, ou corro para fazer o que ela pede e fechar aquela matraca. Pior que eu pensava que minha filha estava aprendendo com a mãe. Ledo engano. É genético, só pode ser! Ela só tem 3 anos! Não leu a Bíblia, não sabe o que é chantagem emocional... Só pode ser instinto.

Pior de tudo, depois de 6.000 anos, continuam com a mesma técnica, e dá certo. E não adianta trocar de mulher, Sansão fez isso e Dalila ferrou com ele.

segunda-feira, junho 13, 2005

"O maior patrimônio da Liga da Justiça é o Super-Homem"*

A cautela foi expressa pelo Líder da Legião do Mal, Lex Luthor, em conversa com aliados: "O erro da Liga da Justiça foi não ter deixado o Coringa sangrar. Eles teriam vencido as eleições. Não vamos cometer o mesmo erro. Vamos deixar Super-Homem sangrando e vencer as eleições", disse Luthor a aliados.

Brasil. Revista Época, nº369, 13/06/2005, p. 38.


* Ancelmo Góis ao Comentário Geral
+ Lex e Clark foram amigos em Smallville

quarta-feira, junho 08, 2005

Confundido

Contrui um zepelim metálico, regido por um espírito bucólico.
– Ao sul do país, ao Condado da Ilha Voadora, perto do ártico!
No meio do caminho, reabasteci.
Desci numa cidade pequena, coberta de maresia. Pacata, parecia.
Todos me viam amedrontados, olhos gigantes por todos os lados.
Nunca deveriam ter visto um zepelim, pensei. Não me incomodei.
Tudo normal: nem bom, nem mau.
Só não entendi quando trouxeram essa tal de Geni a mim.
Que pelo olhar quer me matar.

sábado, junho 04, 2005

Da série: Murphy, vá se lascar!

Lanche barato: cinqüenta centavos, bom demais, é junho, é época de milho.

Nunca! Eu disse: nunca! Nunca coma milho assado no meio da tarde. Você pode cruzar com o presidente da OAB da sua seccional no meio da rua, esquecer que comeu milho e dar um sorriso com os dentes pretos de casca e fiapos de milho.

Milho assado? Só se você estiver indo direto para casa, e sem parada no supermercado, porque lá você vai encontrar o seu orientador, e esquecer que comeu outro milho.

terça-feira, maio 31, 2005

I see no hero

Minha Verdade
Sua Verdade
Minha Versão
Outra Versão

Tudo debaixo do Céu
Quando todos são heróis
Não há nenhum.

terça-feira, maio 24, 2005

I Don't Know How To Play

I'm playing a song and you're playing with me.
But you just love to play with me, and I play a fool.

I'm in no passion play, I'm no Christ.
But you put me in a passion game, you put me in Calvary.

I was just playing, but I heard you singing.
And then I saw me sinking into your arms, little Mermaid.

sábado, maio 21, 2005

(Minha culpa que não é!)

Eles conhece os ingredientes da receita para nos conquistar, mas parece que esqueceram de ler o modo de preparo.

Elas sabem que somos atraídos pelos olhos e cativados pela compreensão, mas parece que elas esquecem disso com o tempo.


– Eu até que tentei, mas não dá mais (a culpa foi toda sua).
– Eu ia dizer a mesma coisa.

sexta-feira, maio 20, 2005

A gênese de uma magistrada-deusa

Encheu o peito para falar coisas da boca para fora. Naquele momento, só não poderia falar do que o coração estava cheio. Saiu puxando da memória umas frases de efeito, mas ali nada surtia efeito nenhum. Parou. Toda aquela cena era ridícula, sentia-se do tamanho de nada, envergonhada, tonta. Correu. Foi para seu refugio. Trancou-se.

Encostou a testa no espelho. Bufava de raiva de si, dele, da mãe, dos outros, da casa, do universo, da vida. Naquele espelho embaçado, mal reconhecia aquela face desvaidosa ou conseguia lembrar quem era. Abriu a torneira. Molhou o rosto. Melhorou, não muito. Recompôs-se, ou quase.

Contudo, estavam bem frescas na mente as vozes, e ainda sentia o ego pisoteado: 42 do pai, 37 da mãe, 43 do irmão... Sentia-se inútil, burra e incapaz de passar numa porcaria de concurso. Queria morrer ali, e nem podia culpar a droga da TPM.

...vidinha fedida aquela.

terça-feira, maio 17, 2005

Miséria Adora Companhia: um processo subliminar

Não tinha dormido. Das 20h às 6h, não tinha feito outra coisa além de tomar uma pá de remédios com chá de limão, alho, cebola, gengibre e mel, gastar meio rolo de papel soando o nariz, além de ir ao banheiro. Quase sonhou com barcos, mas só conseguia imaginar caravelas saindo de sua cabeça, explodindo sua testa (era a única explicação que tinha para aquela dor toda).

No trabalho, depois de ler o curriculum vitae de uma candidata, seguindo a lei do menor esforço, não sorria, nem demonstrava qualquer outra expressão:

– Muito bem. Fale um pouco da senhora.
– Meu nome é Lúcia, tenho 22 anos...
– Não. Licença.

Foi ao banheiro. Escarrou. Sangue. "Que ótimo!", pensou. Voltou tão inexpressivo quanto antes:

– Como estava dizendo: nome, idade, o que fez, isso tudo eu já li. Quero que a senhora me diga o que não está aqui.
– É...
– A senhora não tem nada relevante para dizer?
– Não sei...
– E quem sabe? Por que devo lhe contratar? Por que a senhora quer trabalhar conosco? Há alguma informação relevante que não está escrita aqui?
– Bem... é... acho que não...
– Então, tenha um bom dia, minha senhora. Vamos avaliar a sua e as outras propostas e entraremos em contato em breve. Muito obrigado.

Levou-a até a porta. Esqueceu de sorrir ao despedi-la. Achou que tinha a tratado bem: não levantou a voz, não mudou o tom da fala, não fez a cara que aquela dor de cabeça terrível estava lhe provocando, não fez nada.


(Como ainda faltam seis horas para voltar para casa?)

quarta-feira, maio 11, 2005

O Destino do Feto Anencéfalo

Segundo o professor Damásio de Jesus, aborto é a interrupção da gravidez com a conseqüente morte do feto. No sentido etimológico, aborto quer dizer privação de nascimento, pois advém de ab, privação ou fora, e ortus, nascimento. Na verdade, quando tratamos de aborto, normalmente queremos referir a abortamento, o mestre diferencia este como a conduta de abortar e aquele como o produto da concepção cuja gravidez foi interrompida. Já o professor Rogério Sanches ensina que o abortamento é, tão somente, a interrupção da gravidez com a destruição do produto da concepção.

No código penal pátrio, há apenas duas formas legais para a prática de abortamento:

Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico:
Aborto necessário
I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
Aborto no caso de gravidez resultante de estupro
II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal.
Doutrinariamente, são classificados como Terapêutico e como Humanitário ou Ético, incisos I e II, respectivamente. A Doutrina justifica o primeiro, porque o bem jurídico vida é disputado tanto pelo feto quanto pela mãe, já no segundo, o mesmo bem, vida, é mitigado para proteger a integridade emocional da vítima de estupro, pois entende o legislador que não se deve puni-la, forçando-a a carregar no ventre e, posteriormente, zelar pelo fruto de uma violência contra si.

Por que o legislador protege o nascituro, senão porque protege o direito à vida? Todavia, não nasceu. Se não nasceu, não tem personalidade. Se não tem personalidade, não pode ser sujeito de direito. Se não é sujeito de direito, não tem direito à vida, mas mera expectativa. O Direito protege, devido à expectativa, a vida intrauterina, ou seja, a partir do 8º dia de gestação, quando o óvulo fecundado se fixa à placenta, até o parto, nada muda aos olhos da Lei. Biologicamente, a perspectiva é bem diferente, a partir da 5ª semana temos um embrião, com olhos, ouvidos, coração, fígado, brotos dos membros superiores e inferiores, e principalmente a formação do cérebro. É o caminho da vida, que vai terminar no dia que cessar a atividade cerebral, onde Direito e Ciência concordam que é o marco da morte real.

Feitas as devidas considerações e recordando da polêmica que gravitou ao redor do HC 84.025-6/RJ, habeas corpus que foi julgado prejudicado com o nascimento e conseqüente morte do feto anencéfalo sete minutos após o parto. Qual seria o justo entendimento sobre essa matéria para que não se repita esse lamentável episódio?

Seguindo a corrente do professor Luís Flávio Gomes entre outros e contrariando alguns segmentos religiosos, questionamos: se a morte real é a cessação da atividade cerebral, não podemos admitir que o início da vida intrauterina seria o início da atividade do mesmo órgão? Ora, se não há cérebro, não há atividade cerebral, logo, o feto não está vivo realmente é apenas uma massa orgânica, algo com forma humanóide que está se desenvolvendo dentro do útero que nunca será de fato um ser humano. O "nascimento com vida" não é nada além da vida aparente e, como na morte aparente, trata-se apenas de uma presunção da realidade.

Se pensarmos como Damásio, não podemos dizer que retirar um feto anencéfalo seja de fato abortamento, visto que o feto nunca esteve vivo, então não pode morrer, já para Sanches, trataria de abortamento dum feto que não tem sequer expectativa de direito à vida.

Só é possível matar quem está vivo.

domingo, maio 08, 2005

Começa com um impulso elétrico

QDuee ms eé eqsutea rv alii geandtoe,n daeirn dias sqou eq uies onloasd of,a zd ee svtearr nsoe mrporset op rdoonst otsr aen sseoulnítceist oasq,u emlaas fnaãcoe pfaarmai lailagru?é mE uq uqauleq uneãro?!


É incompreensível. Eu sei.

quarta-feira, maio 04, 2005

Secretária Eletrônica [10:44]

Meu anjinho insano nunca atende o celular... Bota ele no bolso que você sente ele vibrar, capisce? Vi pela janela a rosa e o bilhete presos no para-brisa do meu carro – adorei! Como é que eu iria acordar cedo se você me deixa acordada até as 4:30? Rosa sem arranjo é a sua cara, mas hamster sem jaula é um problema... você sabe que meu pai é um bronco, acordou a vizinhança inteira pra matar um "rato" que tava no correio. Beijinho pra tu! Me liiiiga!

terça-feira, maio 03, 2005

Recadinho Matutino [08:07]

Aloha, Nanda

Hoje acordei rindo, corpo leve.
Um sorriso desconcertado e rebelde.

As pessoas na rua são sempre tão sérias que eu tentava me controlar pra ver se passava despercebido, mas não conseguia. Desisti. Desatei o sorriso. Todo mundo que se dane!

Motivo? Tem não. Coisa de louco. Você já deve estar acostumada, não?

Tenho que ir!

Um sopro no seu ouvido (nada de "beijos" ou "abraços", hoje),

George
PS: Vê se acorda mais cedo! Esse bilhete está correndo perigo de vida com a ameaça de chuva.
PPS: Abra a caixa de correspondência com cuidado.
PPPS: Homem fica besta sem motivo.
PPPPS: Passei por aqui sem motivo também.
PPPPPS: Se ninguém me internar antes, vejo você mais tarde.

domingo, maio 01, 2005

Leituras Privadas

Só de imaginar-me em congresso sexual homoafetivo já me provoca contrações faciais, arrepios e agonia. Como se isso não bastasse como indício, acabei de concluir um teste no livro "Por que os Homens Fazem Sexo e as Mulheres Fazem Amor?", na faixa de 0 a 300 fiz 70 pontos – 0 seria cérebro supermasculino, 150 início da zona de interseção, 180 fim da zona de interseção e 300 seria cérebro superfeminino. Isso também não garante minha orientação sexual, mas serve também como forte indício. Sei que o livro não tem a pretensão de ser um livro científico, mas isso não me deixa menos admirado com as informações ali registradas.

A cada dia que passa, sou mais fascinado pela mulher.

Você já viu uma mulher nua? E dormindo? Uma paisagem como aquela faz o cara sentar na cadeira ao pé da cama e... sei lá! Não preciso de mais nada nesse mundo para ser feliz.

É simplesmente linda.

Fisicamente, é muito mais bonita do que um homem. Aliás, já teve o desprazer de ver um homem nu? Se aquilo não lhe agredir a vista, nada mais o fará!

Se isso não bastasse, ela ainda possui uma visão panorâmica, é capaz de enxergar um número muito maior de cores, tem olfato e paladar mais apurados e tato mais sensível. Com toda essa sensibilidade, ainda possui um corpo que, apesar de frágil, é muito mais resistente à dor. Se nos séculos passados foram de domínio do homem, este é o da mulher. Já não é mais tão útil a força bruta, o corpo preparado para suportar as intempéries do clima, a visão telescópica ou a mente especializada para fazer uma só atividade, se isolando do mundo. Muito ao contrário, espera-se do indivíduo deste século o diálogo incansável, que esteja conectado com o ambiente, percebendo qualquer mudança nas coisas ou nas pessoas que o cerca, que tenha a capacidade de realizar várias tarefas ao mesmo e que seja intuitivo. Enfim, espera-se que neste século todos tenhamos características de mulher. Trocando em miúdos: estou completamente ferrado.

Há quem diga que é fingimento e que toda mulher é atriz. Seja como for, vejo o quanto impressionante é a forma como a mulher se adapta: na ausência de um homem, ela aprende a fazer todos os deveres que deveriam ser cumpridos por ele; na ausência de um amor, há o trabalho e os filhos e, se um dia pintar algo, maravilha, se não, ela vai viver assim mesmo. No rompimento da relação o homem não conta com a ajuda camarada de ninguém, procura esconder o que está se passando com ele e, simplesmente, não consegue fazer mais nada de trabalho, estudo, esporte, lazer, nada além de pensar nela e, pobre dele, se flagrá-la feliz da vida com outro: é morte na certa – dele. Ele prefere (como se tivesse outra saída) fazer usucapião da sarjeta até se recuperar. Ela não, segue a vida, ainda que esteja moída por dentro, conta com um exército de amigas para consolá-la e ainda consegue transformar toda a frustração em motivação e energia, seja para fazer algo diferente ou para investir mais na carreira profissional. Se for para se acabar em lágrimas, que seja fora do expediente.

A excessiva quantidade de testosterona que recebi nos primeiros meses de gestação me privaram de ter habilidades úteis para este século, o processo foi irreversível e pôde ser comprovado pelo teste. Contudo, não retiraram de mim a completa alucinação que tenho por esse magnífico ser e, como criatura extremamente curiosa que sou, tenho um hobby/meta impossível para um homem alcançar: tentar desvendar e compreender a mulher. Creio que já dei o primeiro passo, a partir do momento que, ao buscar entendê-la, acabei adquirindo (algumas) condutas e hábitos que sei que ela espera de mim.

Já não é mais apenas a atração por aquele corpo que dá vontade de abraçar, agarrar, morder, beijar e milhares de outros verbos... É atração pelo conjunto todo: da carne, da alma, do coração e da mente da mulher. Mas estou feliz por ter nascido homem, há mais do que indícios de que se fosse o contrário não seria tão nada bom, visto que, ser uma mulher lésbica contraria a minha religião.

sexta-feira, abril 29, 2005

Com as chaves na mão

Como eu me odeio! Por que? Por que? Por que? Eu só quero saber por que raios é tão difícil fazer o que é certo e flui tão naturalmente fazer o que é errado? Que porcaria de consciência a minha! A maldita só sabe me acusar. Se faço o certo não recebo louvor, mas o errado... Esse, ela fica me remoendo e torturando! Maldita. Não me deixa uma só vez ser inescrupuloso: eu me dei bem ela se deu mal, acontece ora! Eu me dou mal muitas vezes e ninguém se arrepende por causa disso! E daí que ela não percebeu? Problema dela! Maldita! Maldita! Maldita! Maldita consciência. E eu fico aqui – besta – parado no meio do nada sem poder seguir e sem nenhum pingo de coragem de ir lá pra consertar. Não consigo seguir, nem dar meia volta e confessar. É só abrir o carro e ir embora, palhaço! Abre, idiota! Não dá. Seguir no erro é errar duas vezes. Tenho que voltar. Sou um idiota, mesmo.


– Moça, eu pedi e recebi um Quarterão duplo e você registrou um normal, o preço é diferente, né? (pergunta imbecil, claro que é)
– É, mas deixa pra lá, já passou.
– Não quer registrar a diferença, não?
– Precisa não, deixa assim mesmo.

segunda-feira, abril 25, 2005

Personagens: Semelhanças e Diferenças

Robin HoodFrodoLula
Tem dedos levesNão tem um dedo médioNão tem um dedo mínimo
Tem olhos nas bolsas alheiasTem bolsas por ofícioTem mania por bolsas (familia, escola...)
Odeia impostoUm anel lhe foi impostoAdora imposto
Chama ladrões de companheirosChama ladrões de ogrosChama ladrões de aliados
O Xerife de Nottigham o persegueSauron o persegueSeverino o persegue
Não larga o arco e flechaNão larga o Um AnelNão larga o AeroLula
Sua missão o encorajaSua missão o apavoraSua missão o preocupa
O povo acredita neleO povo acredita neleO povo acredita nele

quinta-feira, abril 14, 2005

Inconsciente

O que você fez?
Para que feri-la dessa forma?
O que você fez?
Como pôde tocá-la desse jeito?

Ah, sim, eu a odiava. Odiava-a com todas as minhas forças. Queria matá-la, esganar-lhe o pescoço, mostrá-la como a abominava pelas flores que desprezou. Como sofri... Nem as cem vezes que a matei no pensamento me trouxeram paz. Nem o fogo que consumiu todo objeto que ela tocou pôde purificar o meu espírito. Mas você? O que ela lhe fez? Por trinta reais, ceifou a minha alma.

O que foi que você fez?
Esse tiro matou a mim.

sábado, abril 09, 2005

Vivo o vernáculo

O poeta que inventou o português também era filósofo.
Pois rimou amor com flor, mas também com dor.
Rimou vida com ferida, mas também com querida.
Morte com corte, mas também com sorte.
Até Jesus, com cruz, com luz e conduz.
Rimou todo tipo de ismo, ista, tico e logia
Colocou todas as dades no saco da humanidade.
E agora tu vens me dizer que eu não posso ser contraditório.

(!?)

segunda-feira, abril 04, 2005

O Discurso

A PARTIR DE AGORA SÓ VOU FALAR DO QUE EU ENTENDO. CHEGA, CHEGA
DE FALAR DE SENTIMENTOS QUE SOMENTE PODEM SER TRANSFORMADOS EM
PALAVRAS NO MOMENTO EM QUE SÃO SENTIDOS. É FALSIDADE DEMAIS...
TEM COISA MAIS FALSA DO QUE FINGIR O QUE NÃO SE SENTE?! ALIÁS,
SENTIR O QUE? SENTIR PARA QUE? EU É QUE NÃO PRECISO DISSO! TE-
NHO MUITO MAIS A FAZER. CHEIO DE PROBLEMAS NESSA VIDA E TANTAS
RESPONSABILIDADES, EU VOU AINDA PERDER O MEU PRECIOSO TEMPO, O
MEU DINHEIRO E OS MEUS CABELOS, ARRUMANDO SARNA PARA ME COÇAR?
DEFINITIVAMENTE, UM RELACIONAMENTO NÃO FAZ PARTE DAS METAS QUE
TENHO. FAÇA-ME O FAVOR! HOJE, EU DECIDI TIRAR A MÁSCARA. QUERO
ME MOSTRAR COMO EU SOU: UM SUJEITO SEM LEMBRANÇAS AMOROSAS (A-
FINAL DE CONTAS: O QUE É O AMOR?), SEM SENTIMENTOS. ESTOU POU-
CO ME LIXANDO COM O QUE OS OUTROS VÃO PENSAR. PODE LER AQUI NA
MINHA TESTA: EU SOU COMPLETAMENTE AUTOSUFICIENTE. NÃO PENSO EM
NINGUÉM ALÉM DE MIM MESMO. (TALVEZ, AINDA PENSE NA HUMANIDADE,
MAS APENAS QUANDO PENSAR NELA TAMBÉM SIGNIFICA PENSAR EM MIM).
PAREI. CANSEI DE ENGANAR. ESSE SOU EU MESMO, O AUTOSUFICIENTE.

quinta-feira, março 31, 2005

Notitia Criminis (quem me dera se fosse ficção)

"...pelo princípio da insignificância, então, fica demonstrado a falta de pressupostos processuais para essa ação e determino, portanto, o arquivamento do processo."

– Ora, movimentar a Justiça para apurar o furto de um suéter que custa R$ 50,00? E ainda mais com um frio danado desses lá fora? É quase um furto de uso. Deus sabe lá que o delinqüente estava precisando. Envie ao juiz, por favor.

Vinte dias depois. Aparece uma senhora querendo falar com o promotor que prontamente a atende.

– Em que posso lhe ajudar, minha senhora?
– É que eu queria saber com o senhor como está o meu caso, já fazem uns dias que eu dei parte na polícia e disseram que o senhor é que é o responsável agora. É que pegaram meu suéter e eu queria ver se já foi recuperado, era o único que eu tinha e está fazendo um frio desgramado esses dias.

sexta-feira, março 25, 2005

Sentença de Morte

Ponho uma lápide neste lugar?
Ou apenas o lapido um pouco?
Quem anda dilapidando meu tempo?
Peço que indiquem o culpado.

Neste tribunal sou o réu, o promotor, o defensor e o juiz, ao menos tenho um júri que vai além de minhas múltiplas personalidades, e é a este Egrégio Tribunal do Júri a quem recorro.

Aos doze fiz teatro e aos quinze poesias. Muito pouca experiência para se dizer artista, acredito que até teria uma veia artística, não como a veia cava, mas não tão desprezível quanto um capilar. De qualquer forma, o colesterol da rotina e de outros afazeres entupiram a coitada e passei a ser um mero apreciador e espectador. E quando pensei que aquele lado havia gangrenado, recebo soro de muitos, a veia dilata e segue num fluxo que jamais tinha visto: uma composição de letras e imagens fluem em ritmo furioso.

Mas não tenho tanto sangue assim, e sinto tonto carente de sangue em outras regiões. O equilíbrio nunca foi meu amigo e nem agora é (e eu pensando que meu único inimigo era o tempo). Na lista de coisas que poderia cortar da minha vida estou pondo em juízo este lugar.

Caso você não saiba, também tenho um flog que está passando pelo mesmo julgamento.

Como jurado, quem você condena? E quem você poupa?

Coloque o seu voto em "Olhadas", o link ao lado de onde está escrito "Trackback".

segunda-feira, março 21, 2005

Démodé

"Dá-me a tua mão (saiba que não a devolverei)
Deixa-me ver teu futuro (deixa-me por este anel)
Diz-me apenas um palavra (e que seja afirmativa)
Do que me foi revelado agora (do que planejo para ti)
Dúvidas não durarão e a felicidade não cessará (sim, além da morte!)

Como é tolo o que ama e como é bom ter a quem amar.
Como posso dizer aquilo que sinto se não existe o ser amado?
Como fomos feitos muito mais para sofrer do mal do amor do que para ser objeto dele?
– Nisso também somos a imagem de Deus."


Sonhou um pouco. Lembrou um tanto. Entristeceu muito. Arremessou certeiramente a bola quase poética de um sentimento teimoso na lixeira. Saiu da sala para beber água e, antes de voltar à mesa, pegou de novo a bola. Pensou que seria útil para mostrar a seu filho quando ele atravessasse a mesma crise (mas ele é tão novo, não? Sim, mas vai passar por ela, todo mundo passa). Desamassou e guardou em algum lugar esquecido, anotando a data:

"João Pessoa, 08 de agosto de 1962."

domingo, março 13, 2005

Atrasado, mas nem tanto assim

Na última vez que me desmaterializei, minha intenção era assistir a morte duma estrela numa galáxia um pouco depois da Via Láctea – só até a Via Láctea eu já acho distante, mas valia o esforço. Contudo, tive alguns problemas ao passar perto dum buraco negro e acabei chegando atrasado. Aliás, aconselho a vocês, passem longe desses troços! Passei dias para conseguir me materializar novamente.

O melhor de tudo foi a volta para casa, sem perceber, passei tempo demais preso. Com isso, tive dois problemas, daqueles que você acha que nunca vai ter na vida, para resolver: um judicial e outro familiar. Primeiro, tinha que provar que eu era eu e não estava morto. Fui declarado ausente, que é a presunção de morte, e morto não tem nenhum direito. Logo, tinha que demonstrar que ainda era sujeito de diretos plenamente capaz. A segunda tarefa era convencer meu neto (meu tatara-tatara-sobrinho-neto, na verdade – ou seja lá o que isso for – tecnicamente, um parente de 6° grau na linha colateral, que é aquilo que tenho de mais próximo ao que se pode chamar de família) a não fazer a mesma viagem que eu tentei fazer.

Perante o juiz até que não foi difícil, só levou um ano para que eles percebessem que eu estava vivo. Duro foi fazer meu neto engolir que dessa vez eu iria registrar tudo com imagem e som de alta-qualidade.

Só não contei para ele que no caminho até aonde vai ocorrer a próxima explosão tem dois buracos.
Está aí uma coisa que eu não quero para minha rotina: ficar preso em algo e não ver o tempo passar.

quarta-feira, março 09, 2005

Angstrônico

Não fui eu que criou essa situação, fui forçado a ela.

Exatamente... forças ocultas me levaram a isso. Confesso que nem tenho ajudado muito para dissipar essa nuvem misteriosa na qual me encontro, mas é só por enquanto. Uns sabem o que faço, como faço e a que velocidade estou progredindo, mas não sabem onde estou, outros sabem onde estou, mas só sabem isso. Não se preocupe que essa incerteza vai acabar. Afinal de contas, também vivo meus demônios orbitando entre gigantes, sentindo-me do tamanho de nada (apesar de saber que tenho potencial). Admito que existe uma carga negativa nisso tudo que está dentro de mim, mas vai passar, vou passar, estou passando.

Só que ainda sinto falta, de quem era quase igual a mim e era quase o meu oposto, e que, num impulso, foi embora.

quinta-feira, março 03, 2005

João Kléber e o Empirismo

Contexto:

Não lembro quando foi, sei que era por volta das 4:30 da manhã, estava indo dormir, mas antes, por curiosidade apenas, liguei a TV pra saber o que se passava nesse horário: programas religiosos, filmes da adolescência de meus pais, jornal num canal de notícias e João Kléber (como ele dizia que o programa estava com o tempo esgotado e iria revelar o mistério no próximo bloco, resolvi esperar 2 minutos no canal dele).

Estudo do caso:

Não tenho idéia do quanto dure o tempo do programa do João Kléber, mas como se intitula Tarde Quente, suponho que deva consumir algumas horas da programação da Rede TV. Já que era reprise do que foi ao ar à tarde não tinha comercial, apenas uma pausa com tela preta entre um bloco e outro. No bloco seguinte iria ser revelada a notícia chocante: perdi 5 minutos da minha vida... a notícia chocante era tão fútil quanto "eu quebrei minha unha hoje". Como um telespectador se presta a assistir durante toda uma tarde um programa desse escalão?

Conclusão:

Se o brasileiro mediano não é imbecil, gosta de ser imbecilizado. Nem vou questionar "por que não há mais programas educacionais?" Porque existem, e com incentivo dos cofres públicos. Mas se o brasileiro gostasse de cultura, não precisaria de incentivo do governo e a programação cultural invadiria o Horário Nobre da TV aberta. Culpa da TV? De modo algum! Ela só mostra o que dá audiência, e o povo quer, de fato, saber como você quebrou sua unha.

domingo, fevereiro 27, 2005

Atualização Legal

"A partir de agora, ninguém pode mais ter a sentença penal de que é corno.
Também já não existe mais a mulher honesta."


É o tipo de mudança inócua no ordenamento jurídico.
O magistrado já não aplica leis como essas.
Não existem mais homens e mulheres que obedeçam tais normas.
O Direito gosta de ficções, não imagino porque tenha abdicado dessas duas.

domingo, fevereiro 20, 2005

Na Fila

– Eu vou querer o Número 1 e um Quarterão com Queijo, só o sanduíche.
– Mais alguma coisa, senhora?
– Sim! Vou querer aquelas tortinhas de maçã.
– Com mais cinqüenta centavos, a senhora pode levar uma batata-frita grande e um refrigerante grande em vez dos médios. A senhora aceita?
– Vou querer.
– O refrigerante é Coca?
– Light! Estou de dieta.


– Ah! Mas você faz parte daquele grupo de homens que não existem!
– Já cansei de escutar esse tipo de coisa, provavelmente, eu devo ser uma lésbica que teve a sorte de nascer no corpo de um homem.


– E é gata viu?
– É casada, cara! Estudou comigo na faculdade.
– Mas eu não vi nenhuma aliança no dedo.
– Nem eu, mas eu lembro que o marido dela foi pra formatura da gente. O bicho era feio que só!
– De repente ele tinha outros atributos.
– Nada! O cara era um duro, montou uns negócios aí, mas nada deu certo.
– Bem, ainda resta um atributo.


– Será que eu tenho chance?
– Só se investir, até um tempo ele estava acompanhado, mas nunca mais vi os dois juntos.
– Como é o tipo dele?
– Mulher, ela era muito doidona, não tinha nada atrativo de mais... perto dela, você é super sexy.

segunda-feira, fevereiro 14, 2005

O que o Google sabe sobre você?

Faz muito tempo que fiz essa pesquisa. E hoje, inventei de fazer de novo, crente que no final eu diria: "mas o que ele não sabe é que...". Então lá fui eu. Coloquei meu nome completo entre aspas e mandei o Google procurar. E lá estava, quase no topo do lista, minha maior novidade o danado já sabia. Em três páginas de resultado, ele me mostrou o quanto me conhece.

Sabe alguns de meus emails;
Sabe que uso Linux como sistema operacional padrão;
Sabe das minhas contribuições em listas de discussão sobre Linux;
Sabe como é meu acesso a internet e por qual provedor;
Sabe que tenho uma Rima XT-180 funcionando perfeitamente no meu Fedora;
Sabe quais as especificações do equipamento que uso (teclado, som, vídeo, impressora, processador e placa-mãe);
Sabe quais os problemas que tive com esse equipamento e como foram resolvidos;
Sabe que estou participando da Equipe 01 de tradução/revisão do OpenOffice.org 2.0;
Sabe quando fui aluno do WOLBI;
Sabe que toda minha história como líder de Clube Bíblico;
Sabe que sou formado em Direito e quando fiz a OAB;
Sabe em qual Curadoria estagiei e em que período;
Sabe qual é o meu UIN/ICQ e meu Linux User Number (LUN);
Sabe até o número de minha identidade.

Creio que ele é meu amigo, afinal de contas, nenhum mal me ocorreu, ainda.

quarta-feira, fevereiro 09, 2005

Lembrança indelével

Vivia enrolado, preso, mas bastava dar uma cordinha que ele saltava e corria para o meio da rua (certa vez, desastrado, quase caiu na boca de um bueiro de tão afobado que saiu) e naquela liberdade dele, não fazia nada além de girar e girar, sem sair do lugar.

Vê-lo daquele jeito poderia até ser divertido, se ele não fosse gente.

domingo, fevereiro 06, 2005

Vai enteder!

ALMAS CONVERSAM
CONTAM SEGREDOS
TOLOS NON-SENSE
MOMENTOS ÚNICOS
TUDO IRRACIONAL
GOZO AOS DEMAIS
UUMMMMMM ABRAÇO

sábado, fevereiro 05, 2005

Antes e Depois

Um dia qualquer num passado distante...
– Mãe (uff), mãe! (uff) Tô cansado! (uff) Pra que que a gente tá correndo tanto? (uff)
– Meu filho, eu tô andando normal, vamos andando, temos ainda muito pra fazer, hoje.

Vinte anos depois...
– Meu filho... (uff) Será (uff) que a gente (uff) não podia ir mais devagar? (uff) Eu não estou agüentando (uff), suas pernas são longas demais... (uff)
– Tô andando normal, mais devagar que isso, só de ré.

De volta àquela época...
– Pai! Pai! Escangalhou! Tá funcionando, não! Ajuda aqui, pai!
– Deixa eu lhe ensinar uma coisa: tudo que você comprar, a primeira coisa que você faz é ler o manual, depois você me diz se está quebrado ou não, ok?

A pouco tempo atrás...
– Tu sabes ligar esse negócio?
– Mulher, sei nada! – Ô Filho! Liga esse negócio aqui pra gente!
– Tu também, pai. Não sabe mexer em nada, por que não lê o manual?
– Já passei do tempo, meu filho, o tempo vai passando e a gente vai ficando ignorante e dependente.



Ela sempre foi a garra, ele a sabedoria.
Eu... sempre tentando alcançá-los, sonhando superá-los, ser alguém de quem se orgulhem.
Todo filho quer ser motivo de orgulho, não?

...e as maiores cobranças são do espelho...

quinta-feira, fevereiro 03, 2005

Bizarrices

Pegou-se tomando sopa quente que acabara de ferver.
Não se queimou.
Não era seu hábito.
Era saudade.

segunda-feira, janeiro 31, 2005

Tema Único: Ying e Yang

Ah! Se pudesse ver tudo tão certo como branco e preto.
E se pudesse distinguir as pessoas boas das más.
E se enxergasse aquele ponto determinado de maldade na pessoa boa.
E o de bondade naquela que é má.
E se bom e mau não perseguissem um ao outro.
E se bom e mau não precisassem fugir um do outro.
Mas o mundo já deu tantas voltas.
Que não vê ying e yang.
Que não vê o certo tão certo.
Que não vê o errado todo errado.
Não há nada definido.
Não há contornos.
Só há nebulosidade.
Um imenso círculo cinza.
É esse o risco da indefinição, é o risco de tudo virar cinza, e de virar pó.

Saudações aos eternamente determinados!
E aos seres míticos que renascem das cinzas!
A todos os demais que vivem num mundo acizentado, meus pêsames.
Porque o meu mundo foi pintado com sangue azul e vermelho.
Eu verti o vermelho.