sexta-feira, outubro 30, 2009

Transparente

Amiga, perdoe minha masculinidade.

Amo cada hora que passo contigo, a troca de confidências, as caminhadas na areia, a contemplação do céu, o nascimento da lua, a leveza com que danças comigo. Fico ansioso para te contar as as novidades e as bobagens. Divirto-me com as suas histórias, com as suas fantasias, com seus desmantelos e confusões. Considero que és o tipo de pessoa que é companheira para a vida toda. Mulher que é dádiva para o homem.

Mas (sempre tem um "mas") não sinto o mesmo que sentes por mim. Não me entenda mal. Eu queria sentir, mas sou escravo da minha masculinidade, dos meus olhos, para ser específico.

Hoje entendo o conflito de Brás Cubas. És minha Eugênia. Meus olhos não veem a beleza que tens. Proíbem-me de desejar-te.