terça-feira, junho 27, 2006

Minhas preces foram ouvidas!

- Adriano foi substituido;
- Emerson saiu do jogo;
- Juninho Pernambucano entrou no jogo, embora eu não tenha percebido muito a diferença;

Mas as duas melhores foram:

- BandNews exibiu o jogo; e
- Não ouvi os jargões galvãonianos.

sábado, junho 24, 2006

Orkut, O Oráculo

De uns tempos para cá, todos os dias em que acessei o Orkut, vi a "Sorte do dia". Em alguns tive que fazer algumas interpretações mais elaboradas, afinal de contas, nem tudo pode ser entendido ao pé da letra. Eis os resultados:


07/06/06
Sorte de hoje:
A sorte vem ao seu encontro
– A depender do conceito de que ou quem seja "sorte", se for minha consorte, ok, mas eu já sabia.

08/06/06
Sorte de hoje:
Você é o próximo a ser promovido na sua empresa
– Se empresa significar "aquilo que se empreende", vou passar de concurseiro a concursado, yes!

10/06/06
Sorte de hoje:
Estão falando bem de você
– Em alguma parte do universo, né?

12/06/06
Sorte de hoje:
Se seus desejos não forem extravagantes, eles serão realizados
– Tudo bem, tudo bem... eu não queria ser o homem mais rico do mundo mesmo...

23/06/06
Sorte de hoje:
Você terá uma velhice confortável com riqueza material
– Se isso não for verdade, vou pedir que meus netos processem o Orkut.

quinta-feira, junho 22, 2006

Números...

Numerável...
- 1 ferry-boat
- 2 tanques de gasolina
- 4 dias
- 15 municípios
- 18 comprimidos de vitamina c
- 98 fotos
- 1265 quilômetros

Enumerável...
- sucos regionais
- comidas típicas
- quilos extras
- programas cumpridos

Inumerável...
- abraços
- afagos
- arrepios
- assoadas
- beijos
- caminhadas
- carícias
- conversas
- espirros
- lágrimas
- olhares
- risadas


O quarto livro do Pentateuco narra a história de gente que passou quarenta anos pelo deserto.
Uma história completamente diferente de quem passou quatro dias no litoral e agreste paraibano.

quinta-feira, junho 15, 2006

Anúncio de compra

Em virtude do monopólio da informação instaurado nesta Copa, do cerceamento da liberdade de escolha, das restrições impostas pela emissora e do bom senso desse espectador,


COMPRO DISPOSITIVO QUE FILTRE AS VOZES DOS COMENTARISTAS DA GLOBO.



Se a eficiência for comprovada, serei generoso, pagarei à vista e demandarei entrega imediata.

segunda-feira, junho 12, 2006

Dia dos Namorados

Quando o especial vira normal, ninguém mais comenta. Hoje, assim como no dia do seu aniversário, D. Rosally receberia um buquê, uma caixa de chocolates finos e um cartão anônimo apaixonado. Uma tradição que começara no ano que ela se separou do marido e, até aquele dia, nunca tinha falhado. Mas o povo da repartição estava comentando: já era quase meio-dia e nada. Provavelmente o infeliz descobriu quem ela era realmente e desistiu – nem os amantes desconhecidos suportam a alma amarga de uma mulher! Vá lá que a natureza não tinha sido tão generosa com ela, nem ela mesma tinha sido tão cuidadosa para realçar alguma virtude que suavizasse a atmosfera que a cercava, a verdade era essa: ninguém quer pagar todos os pecados enquanto está vivo! Ele também se foi, era o que o povão comentava.

Toca o telefone tinha que ser para Rosally, e era. Ah! que decepção... que decadência... De flores, bombons e poesias à tele-mensagens? Que brega! Assim que a chamaram, saiu do Arquivo com passo curto e apressado para atender a ligação da "Floricultura Santo Antônio". Quem não estava acostumado com o sorriso naquele rosto, achou que o recado tinha tocado mais mulher do que todo perfume, sabor e declarações dos presentes anteriores – com um sorriso tímido atendeu e com um radiante desligou – foi o que se achou, até ouvir de outro espírito-de-porco da repartição, D. Leda, que, na extensão, ouviu a ligação do funcionário da floricultura informando que o número do seu cartão estava bloqueado.

sábado, junho 10, 2006

Odisséia

A mulher é um universo à parte, sua mente é outra dimensão, paralela.
E o homem? É só um cego com um cajado (ou com uma bengala), tateando, sem saber por onde, nessa imensidão.

terça-feira, junho 06, 2006

Sonho, por enquanto

"O sonho é uma das formas que o ser humano usa para lidar com seus conflitos, coisa que os poetas e os artistas o fazem de forma espontânea e consciente."

José Renato Avzaradel, psicanalista – Comentário Geral, Tema: Dormir, exibido em 04 de maio de 2006.


Sonhos fantásticos não causam tanto medo quanto os que muito bem poderiam ser realidade. Dá até para se divertir quando, a partir de um certo ponto, toma-se consciência de que aquilo é sonho e pode deixar as coisas rolarem para ver no que vai dar. Já aqueles que se pensa que é a realidade ou é a anunciação do futuro, esses sim, assustam. Porque, ainda que se perceba que se trata apenas de um sonho, o mau agouro que ele projeta tira a tranqüilidade e não permite que o descanso do corpo e da mente se prolonguem e perpetuam esse estado de inquietação durante o restante do dia.

Talvez o artista e o poeta, que espontaneamente liberam suas energias emocionais e seus conflitos, sejam os que mais sofrem quando são impedidos pela própria consciência de gastar parte do seu tempo mirrado em algo que não seja produtivo, que não clame urgência, que não faça parte da pilha de coisas que se amontoaram na sua ausência (ou inatividade), ou por sua completa incapacidade de manter a agenda em dia. E, possivelmente, nesse período, haja muito mais sonhos – conscientes e inconscientes – sonhos intranqüilos e perturbadores.

Então, eventualmente, o artista, no corre-corre, sofre alterações – o que é natural para todo o corredor – hipertrofia e desgaste em diferentes áreas do corpo, a ponto de provocar não somente uma sensação física, mas também emocional de que as coisas já não se encaixam. A roupa não cabe mais, a cama não cabe mais, a vida, a mulher e os filhos não cabem, parecem estranhos e diferentes do que ele se recorda. Tudo parecerá um sonho, como os muitos outros que teve.