sábado, setembro 16, 2006

Os olhos cor de terra

O moleque era cheio de pés, mãos, dedos e olhos - por todos os lados. Nada fugia ao seu alcance tinha que ser manuseado, desmontado e, com sorte, remontado. Do jambeiro ao armário da cozinha, da casa do cachorro ao galinheiro, o macaquinho podia estar em qualquer lugar. O avô, mesmo que pudesse, não gritava mandando-o descer, sentar, parar, limpar-se, soltar o rabo do bicho. Acompanhava com os olhos d'água aquele pinga-fogo que tinha herdado dele a vontade de desbravar.

Saudade.

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