quinta-feira, setembro 21, 2006

Os olhos cor de lodo

Como todo bom moleque, também era malcriado. Sempre que avisavam que passariam o fim de semana na fazenda, ele reclamava que lá não pegava TV e perderia o desenho. Quando chegava lá, quem procuraria televisão? Saia correndo atrás do Fantasma, um cavalo que, como ele, fora criado nas artes da assombração: desaparecia quando queria e aparecia noutro extremo, andava sem fazer barulho, principalmente se fosse para roubar comida, diziam que voava, sempre rente ao chão. O moleque era do mesmo jeito. Se fosse pão de queijo ou pão de ló, nem as paredes úmidas da cozinha o veriam, mas, certamente, o lanche desapareceria, para o desespero de Zefinha.

Traquinagem.

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