segunda-feira, março 13, 2006

O causo dos onze desinfeliz

O primeiro era caba bom de peia.
A segunda era vistosa, carne de primeira qualidade.
Um mais um, depois do nono mês, três.
E insistiro que não foi por causa de feto, mas por amor de fato.
E não cansavam, nem de brigar, nem de brincar, e, na brincadeira, já somaro mais dois.
Sei que, de tanta batida, o caldo engrossou.
Era três pequeno se batendo e levando cascudo.
Era dois grande se batendo e se lambendo.
E foi lá pro sexto ano, numa sexta-feira, do sexto mês, chegou-se a sexta.
Era uma danada cheia das sem-vegonhices.
Num precisou meia dúzia de palavra dela pra endoidecer o primeiro.
Que dizia que tinha pena dela, a coitada que de tão carente num podia comprar saia mais comprida.
Mas era boa moça e abundava em virtudes. A-bun-dava, entre outras sacanagens.
A segunda, que ficou pra segundo plano, num quis conversê, mandou tudin pru diabo-que-carregue.
E não foi nem por falta de diabo, que nessas horas aparece uns quatro.
Depois desses dez, tu num sabe...
Não é que no décimo ano, na décima lua cheia, desce um anjo?
Se era anjo ou encantador eu num sei – mas foi paixão desembestada que só vendo –, mas ela, macaca velha, num momento de lucidez, viu que a esmola era grande demais e ficou tão desconfiada, mas tão desconfiada, que dispensou o sujeitin.
Ah! Vida marvada! Nem anjo consegue ser feliz.

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