Tema Único: Façam suas apostas!
Gostava de seu nome, quem a conhece (leia-se: já a viu por mais de uma vez), sabe que significa "anjo", e que "anjo" significa "mensageiro". Era a sua desculpa para fofocar e rir dessa vida. Mas, o seu melhor hábito era o de fazer reservas. Não tinha muito e guardava tudo que tinha de valioso. Colocava num porquinho azul de pintinhas amarelas de barro. Se vinha uma moeda, guardava, se tinha notas, guardava, e foi assim, até que por um motivo político teve que quebrar o cofre. Seus cruzeiros deveriam ser convertidos em reais, a cada Cr$ 2.750,00 teria R$ 1,00. Sua fortuna de anos tinha se convertido em R$ 141,32 e uma dezena de bilhetinhos de promessas e sonhos do que queria ter e ser nos anos que começavam.
Descobriu que estava atrasada nas suas perspectivas: não tinha casado com Robervaldo, não tinha nem gêmeas e nem um menino, não tinha passado no vestibular de enfermagem... só tinha um emprego estável: secretária de um consultório médico, mas não era o que ela sonhava no auge dos seus "25 anos e com tudo em cima, viu?!".
Acabou dando o dinheiro do cofre para a mãe, que a tempo esperava juntar o suficiente para trocar o telhado da casa, e queimou os papéis. Foi assim que recomeçou – agora é diferente, pode apostar – fazendo novíssimos projetos e grandes sonhos. Comprou um porquinho amarelo com flores rosas, para mudar de estilo, e seguiu sua vida.
Esse porquinho viveu mais, foi do topete do Itamar até hoje, com o fim do namoro de 6 anos e 10 meses com Lúcio. Quebrou o porquinho por um outro motivo político: cansou do governo de sua vida iria fazer uma revolução. Juntou os recursos que tinha, notas, moedas e papéis. Procurou dentre esses e jogou aquele fora que dizia: "Em 2001, eu caso com Lúcio".
– Vou fazer diferente, pode apostar, ou não me chamo Ângela!
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