sexta-feira, dezembro 31, 2004

Juha's Reveillon

Uma das cenas mais fortes que já vi, foi no filme "Instinto" (Instinct, EUA, 99), em que Anthony Hopkins, Dr. Ethan Powell, e Cuba Gooding Jr., Dr. Theo Calder, discutem:


Ethan: I don't want your help.
Theo: What do you want?
Ethan: I want you to listen and share close to you.
Theo: Why don't you tell others?
Ethan: I am not for this world. Not any more.
Theo: What world is that? In your memories.
Ethan: I want to finish this.
Theo: Finish what? What made you think what you know is any different from what other people know.
Ethan: I have different teachers.
Theo: O.K. So, I am supposed to pass on your...
Ethan: Yes, I suppose.
Theo: What made you you pick me?
Ethan: Looking into your eyes. You seem to have powerful brain. That look. curious, searching, unsatisfied, slightly pissed off.
Theo: Why didn't you pick your daughter.
Ethan: Leave it alone!
Theo: Why did you refuse to talk about it. She wants to see you. I say we talk about it.
Ethan: I was wrong about you, Juha.
Theo: Explain that.
Ethan: Tell them to open this door. You're not the one, Juha.
Theo: I'm not the one?
Ethan: No.
Theo: I am not the one who cuts your medication? I am not the one who would say if you are incompetent for a hearing and a chance of getting out of here? I am the one.
Ethan: Oh, yeah?
Theo: I am the one.

(Ethan agarra, violentamente, Theo pelo terno e o lança contra a mesa. Rapidamente Theo é imobilizado.)

Ethan: WHO'S IN CONTROL?

(Apesar do esforço, Theo fica completamente à mercê de Ethan que, com uma chave de braço, prende o pescoço de Theo e coloca uma fita adesiva [duct tape] em sua boca. Ethan continua a conversa, falando no ouvido de sua vítima.)

Ethan: So who's in control, huh? Are you? Am I? The guards outside? The warden in his office? Yeah? Who's in control? (Ethan pega o gravador de Theo) Testing, testing, testing, 1, 2, 3, 4. Dr. Ethan Powell interviewing Dr. Theo Caulder. Now, this will be a very simple test, pass or fail, life or death. Now you write on this paper what I have taken from you. What have you lost? (gritando com violência) Write it! WRITE IT!
Theo (escrevendo no bloco de papel): "control"
Ethan (rasgando e jogando fora a folha): WRONG! You never had control, you only thought you had it! An illusion, tabibu juhu! And what do you control - for sure, huh? The volume on your stereo? The air conditioning in your car? What else? WHAT ELSE? ... Alright. Another chance. You were nervous. Too much presure. Try again. What have you lost? What did I take? Write it. Write it!
Theo (continuando a escrever no papel): "my freedom"
Ethan (novamente rasga e joga, a folha, fora): You're a fool, juha! Ha! Did you think you were free? Where were you going at 2:00 today? Into the gym, right? In the morning, your wake up call. In the middle of the night, when you wake up sweating with your heart pounding. What is it that has you all tied up, juha? Is it ambition? Yeah... You're no mystery to me, boy. (sussurrando) I used to be you. Okay. One last chance. You think I won't do it? Ha. What's one psychiatrist less to the world. I'm already deep in the pit. So what else can they do to me? Last try. Get it right. What have you lost? What did I take from you? Write it.
Theo (chorando e tremendo com o lápis na mão): "my illusions"
Ethan: Yeah. Congratulations. (soltando-o, beija sua bochecha e arranca a fita). You're a student, after all. And you're lost nothing but your illusions... and a little bit of skin. (Theo arregala os olhos. Ethan pisca o olho para ele.)




O ser humano precisa de ilusões. Precisa da alegria do Reveillon e do "Feliz Ano Novo". Precisa da esperança por dias melhores. E que seja assim: que cada um receba aquilo que precisa, e que receba em dobro, com juros e mora por ainda não ter recebido na quantidade desejada.

domingo, dezembro 26, 2004

Tema Único: Façam suas apostas!

Gostava de seu nome, quem a conhece (leia-se: já a viu por mais de uma vez), sabe que significa "anjo", e que "anjo" significa "mensageiro". Era a sua desculpa para fofocar e rir dessa vida. Mas, o seu melhor hábito era o de fazer reservas. Não tinha muito e guardava tudo que tinha de valioso. Colocava num porquinho azul de pintinhas amarelas de barro. Se vinha uma moeda, guardava, se tinha notas, guardava, e foi assim, até que por um motivo político teve que quebrar o cofre. Seus cruzeiros deveriam ser convertidos em reais, a cada Cr$ 2.750,00 teria R$ 1,00. Sua fortuna de anos tinha se convertido em R$ 141,32 e uma dezena de bilhetinhos de promessas e sonhos do que queria ter e ser nos anos que começavam.

Descobriu que estava atrasada nas suas perspectivas: não tinha casado com Robervaldo, não tinha nem gêmeas e nem um menino, não tinha passado no vestibular de enfermagem... só tinha um emprego estável: secretária de um consultório médico, mas não era o que ela sonhava no auge dos seus "25 anos e com tudo em cima, viu?!".

Acabou dando o dinheiro do cofre para a mãe, que a tempo esperava juntar o suficiente para trocar o telhado da casa, e queimou os papéis. Foi assim que recomeçou – agora é diferente, pode apostar – fazendo novíssimos projetos e grandes sonhos. Comprou um porquinho amarelo com flores rosas, para mudar de estilo, e seguiu sua vida.

Esse porquinho viveu mais, foi do topete do Itamar até hoje, com o fim do namoro de 6 anos e 10 meses com Lúcio. Quebrou o porquinho por um outro motivo político: cansou do governo de sua vida iria fazer uma revolução. Juntou os recursos que tinha, notas, moedas e papéis. Procurou dentre esses e jogou aquele fora que dizia: "Em 2001, eu caso com Lúcio".

Vou fazer diferente, pode apostar, ou não me chamo Ângela!

quarta-feira, dezembro 22, 2004

Na Massa Crítica

Vivia dividido e já estava acostumado com isso, explodir era mais raro, mas não deixava de ser natural. Até que explodi de verdade e fui dividido e espalhado por todo o planeta. Em todo lugar podia se encontrar uma parte de mim: uma unha, um dente, o cerebelo... Foi quando o que eu mais temia aconteceu: perguntaram aonde eu estava... e eu não soube responder.

segunda-feira, dezembro 20, 2004

Conhece alguém que faça 300 pontos?

Só amei uma mulher e só experimentei o amor dela. Nunca senti falta de algo que ela não me desse e em nada a privei. Tive três acidentes de percurso, mas todos eles me deixaram satisfeito, vieram no tempo certo, ainda que em tempos difíceis (quando o nosso excelentíssimo senhor presidente perdeu, pela quinquagésima vez, o controle econômico do país). O mais velho puxou meus defeitos, a mistura de indisciplina e responsabilidade que me aflige até hoje, vive numa busca eterna e inconsciente por resultados e pela aprovação de só Deus sabe quem (dele mesmo, imagino). A do meio está com namorado (e o ciúme me come vivo por isso), mas é assim, um dias isso iria acontecer – só espero que ela siga nossas orientações! O mais mais novo é o meu problema, ele agora fica se gabando porque já está mais alto do que eu – já não bastava ele ter me superado na natação, agora tenho que ficar escutando que estou velho demais – é um gaiato!

Não sei se foi porque eu acertei de cara ou porque eu sempre fui muito teimoso e fiquei insistindo em concertar tudo no que se refere a amigos/família/amor, só uma coisa que penei de verdade para me definir: trabalho. Fui gari, lavador de pratos, servente de cozinha tanto na limpeza quanto do cozinheiro, garçom, office boy, técnico de informática, gerente de finanças, assistente da Procuradoria... tanta coisa até chegar aqui que chega cansa só de lembrar.

Ter muitas experiências, tentar muitas coisas, tem seu lado bom, mas o bom mesmo é acertar de primeira! É como no boliche, quando acerta assim, na próxima rodada os pontos vêm em dobro. É... acho que fiz bons strikes nessa minha vida, só não deu para fazer uma "linha".

sábado, dezembro 18, 2004

Tema Único: Então é Natal

Natal, nascimento. Deus se fez carne e habitou no meio de nós. O messias, finalmente, veio para resgatar o homem, conduzindo-o à salvação. Obviamente, esse deveria ser um marco e mais do que motivo para grandes homenagens.

Natal, feriado. Dias de grande aquecimento no comércio, tanto com a liberação de dinheiro do 13º, quanto pelas grandes campanhas de encerramento de ano, dando um último impulso ao desenvolvimento econômico do país. É o período de maior expectativa de lucro do ano.

E então? É Natal?

quarta-feira, dezembro 15, 2004

Rota Rotina Rotativa

...a cama, mas não conseguia dormir direito, as preocupações do dia o deixavam tenso. Olhava no relógio: 3:47. Como iria acordar às 7h? Estava ferrado. Nem viu a hora que conseguiu dormir, mas o relógio não quis saber e o acordou, mesmo assim, na hora combinada: tinha que trabalhar. Levantou, escovou os dentes, tomou café, escovou de novo, saiu. Engarrafamento: estava ferrado mais uma vez, o chefe o mataria se chegasse atrasado novamente. O trabalho era bom, mas já estava ficando muito repetitivo, queria mudar, mas faltava oportunidade. Gostava da dinâmica da coisa, mas faltava a paixão (nem lembrava o que era isso). Almoço rápido (pois iria aproveitar o horário para finalizar a apresentação do projeto que o chefe estava esperando para ontem!). É luta! Iria esticar um pouco até as 20h, para concluir uma tarefa (é o mal de quem ganha por produção) só não imaginava que iria render tanto! Já eram 21:23, amanhã pensaria em como descascar aquele abacaxi. A essa hora só restava um drive-thru, queria chegar rápido em casa. Habib's ou McDonald's? Beirute! Dizem que engorda menos e já estava precisando de perder alguns quilos. Chegou em casa, jantou assistindo o noticiário gravado (sabia que ia chegar tarde, por isso programou VCR), terminou aquele jantar sem gosto, escovou os dentes e ainda tentou ler um material da especialização, desistiu, já estava cansado demais, e já passava da hora de ir para...

domingo, dezembro 12, 2004

Tema Único: Tudo Acaba em Pizza

Prefiro escrever coisas que me façam rir.
Sim, sim... rir de mim mesmo.
Gosto de rir ainda que sem controle...
Da minha desgraça,
Do meu delírio,
Do meu jeito,
Escancarado...
Exibindo os cisos.
Gosto de rir com gosto.
Como quem faz quando está com velhos amigos,
Ou, de leve, como quem anda pensando em quem ama.

Rir é bom, chorar não.
Das três vezes (ou foram duas?) que chorei, meu corpo todo doeu!
Chorar é horrível!
Na primeira delas, eu passei um tempinho engasgado, dei uma forçadinha de leve e, finalmente, acabei-me em lágrimas. Nas outras, eu me segurei... e escapuliu, foi péssimo.
Rir também dói: dói boca, bochecha e barriga, mas dói e passa... Logo, logo estou novo em folha.

Se estou triste, agora finjo um sorriso.
E acredito nele!
Ele nunca me traiu, por que desconfiar dele?
Aquele sorriso fingido me contagia.
Acabo sorrindo de verdade, como agora.

Só o cara da pizza pra me tirar o sorriso, e lembrar que não posso sair pra um jantar de verdade, quando se acaba, acaba em pizza.

Sair pra jantar... era só com ela.

segunda-feira, dezembro 06, 2004

Peito pra frente, barriga pra dentro! Marche!

Mais uma Segunda-feira, bem que poderia ser Domingo...

Cada dia, sinto que sou mais parecido com Garfield. Preciso me controlar e fazer o que está além da vontade instintiva. Existe algo lá dentro que diz que eu ainda sou um ser racional.

quarta-feira, dezembro 01, 2004

Arsenal

Tem gente que devia mostra a licença pra porte de arma antes de falar...