quarta-feira, novembro 26, 2008

Uma noite ela me disse "quero me apaixonar"

Número desconhecido chamando. Numa hora daquelas, só poderia significar duas coisas: ou um cliente em apuros, ou engano. Torcendo para que fosse a primeira hipótese, que também significava dinheiro, atendeu.

Errou.

Ele reconheceu-a imediatamente na saudação: um "olá!" festivo de três segundos de duração, e que se seguiria com desculpas por estar ligando àquela hora e por não ter avisado-o que mudara o número. Desculpas que era apenas o cumprimento de convenções sociais. Tudo que ela queria, era saber se ele estava disponível e revê-lo.

A partir dali, não haveria hipóteses, nem erros. Já sabia como a conversa seguiria e aonde terminaria.

Era sempre assim, de tempos em tempos, nesses últimos nove anos. Nada mudou quando ela teve Léo, nem mudará quando ele contar que é pai de Bia.

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