Em Código
No escritório:
– Tem como ele provar? Sabe que o ônus da prova é dele, né? Pega umas duas ou três testemunhas boas e instrui. Nega tudo.
Antes de um processo:
– Quanto você quer ganhar com a causa?
– Ela me deve seiscentos e uns quebrados.
– Então vou fazer o pedido na inicial de mil e duzentos.
Depois de um processo:
– Doutor, depois que o senhor falou lá... é... antes eu achava que tinha matado o danado pelas costas, mas agora que eu vi que foi tudo um acidente e ele que queria me matar... 'brigado doutor, tô aliviado agora.
No cartório:
– Oi, gracinha, lembra daquele meu processo? Eu não queria esquentar a cabeça com ele esse ano... Deixa o juiz despachar aquela pilha ali primeiro...
Em "O Processo", de Franz Kafka, o pintor Titorelli:
– Há três possibilidades: a absolvição real, a absolvição aparente e a dilação por prazo indeterminado. A absolvição real é a melhor, evidentemente, mas não tenho a menor influência no que concerne a essa solução.
(...)
A escolha é sua. Posso ajudá-lo nas duas, mas não sem dificuldade, claro: a única diferença é que a absolvição aparente exige um esforço violento e momentâneo, e a dilação por prazo indeterminado, um esforçozinho crônico.
Há quem refute o caminho do sócio.
Há quem relute a atuar desse jeito.
Há quem recuse a vida nesse estilo.
Há quem reflita: "o errado sou eu".
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