Miolo de Pote
Como sempre, atrasado. Já não basta toda a corrida do mundo, há sempre um obstáculo que me tira do tempo. Oito e quarenta para variar. É assim que se vai marcando o estilo, logo no primeiro dia de aula do segundo semestre. Tudo normal. Agora é sentar no fundão e pegar o resto da aula...
Normal? Normal uma ova! Finalmente os deuses do Olimpo, de Asgard e do raio-que-o-parta sorriram para este pobre mortal! É lin-da! Cabelos negros e lisos, pele bem branca, olhos verdes, lábios... caracas! Que boca linda! Seios, coxas, batatas... Maldita hora que inventei de ser tímido!
Hoje não é fundão. Vou sentar duas cadeiras antes.
Hum... até a voz dela é gostosa de escutar. Vai ser uma maravilha ter esse burburinho durante essa aula chata.
Nossa... mas ela conversa, heim? Até que a aula não está tão chata assim. Ô gatinha, fica quietinha aí, vai? Custa nada, não.
Putz... o professor não vai fazer nada? Vai falar assim no inferno! Caracas! Essa mulher é o cão! Alguém tem aí uma mordaça?
Ô troço, já escutei minha cota anual de fofoca e besteirol. Eu lhe dou uma Caras de presente se você e sua amiga forem pastar lá fora!
Maldita hora que inventei de ser tímido! Amanhã é fundão! E na ponta!