sexta-feira, abril 29, 2005

Com as chaves na mão

Como eu me odeio! Por que? Por que? Por que? Eu só quero saber por que raios é tão difícil fazer o que é certo e flui tão naturalmente fazer o que é errado? Que porcaria de consciência a minha! A maldita só sabe me acusar. Se faço o certo não recebo louvor, mas o errado... Esse, ela fica me remoendo e torturando! Maldita. Não me deixa uma só vez ser inescrupuloso: eu me dei bem ela se deu mal, acontece ora! Eu me dou mal muitas vezes e ninguém se arrepende por causa disso! E daí que ela não percebeu? Problema dela! Maldita! Maldita! Maldita! Maldita consciência. E eu fico aqui – besta – parado no meio do nada sem poder seguir e sem nenhum pingo de coragem de ir lá pra consertar. Não consigo seguir, nem dar meia volta e confessar. É só abrir o carro e ir embora, palhaço! Abre, idiota! Não dá. Seguir no erro é errar duas vezes. Tenho que voltar. Sou um idiota, mesmo.


– Moça, eu pedi e recebi um Quarterão duplo e você registrou um normal, o preço é diferente, né? (pergunta imbecil, claro que é)
– É, mas deixa pra lá, já passou.
– Não quer registrar a diferença, não?
– Precisa não, deixa assim mesmo.

segunda-feira, abril 25, 2005

Personagens: Semelhanças e Diferenças

Robin HoodFrodoLula
Tem dedos levesNão tem um dedo médioNão tem um dedo mínimo
Tem olhos nas bolsas alheiasTem bolsas por ofícioTem mania por bolsas (familia, escola...)
Odeia impostoUm anel lhe foi impostoAdora imposto
Chama ladrões de companheirosChama ladrões de ogrosChama ladrões de aliados
O Xerife de Nottigham o persegueSauron o persegueSeverino o persegue
Não larga o arco e flechaNão larga o Um AnelNão larga o AeroLula
Sua missão o encorajaSua missão o apavoraSua missão o preocupa
O povo acredita neleO povo acredita neleO povo acredita nele

quinta-feira, abril 14, 2005

Inconsciente

O que você fez?
Para que feri-la dessa forma?
O que você fez?
Como pôde tocá-la desse jeito?

Ah, sim, eu a odiava. Odiava-a com todas as minhas forças. Queria matá-la, esganar-lhe o pescoço, mostrá-la como a abominava pelas flores que desprezou. Como sofri... Nem as cem vezes que a matei no pensamento me trouxeram paz. Nem o fogo que consumiu todo objeto que ela tocou pôde purificar o meu espírito. Mas você? O que ela lhe fez? Por trinta reais, ceifou a minha alma.

O que foi que você fez?
Esse tiro matou a mim.

sábado, abril 09, 2005

Vivo o vernáculo

O poeta que inventou o português também era filósofo.
Pois rimou amor com flor, mas também com dor.
Rimou vida com ferida, mas também com querida.
Morte com corte, mas também com sorte.
Até Jesus, com cruz, com luz e conduz.
Rimou todo tipo de ismo, ista, tico e logia
Colocou todas as dades no saco da humanidade.
E agora tu vens me dizer que eu não posso ser contraditório.

(!?)

segunda-feira, abril 04, 2005

O Discurso

A PARTIR DE AGORA SÓ VOU FALAR DO QUE EU ENTENDO. CHEGA, CHEGA
DE FALAR DE SENTIMENTOS QUE SOMENTE PODEM SER TRANSFORMADOS EM
PALAVRAS NO MOMENTO EM QUE SÃO SENTIDOS. É FALSIDADE DEMAIS...
TEM COISA MAIS FALSA DO QUE FINGIR O QUE NÃO SE SENTE?! ALIÁS,
SENTIR O QUE? SENTIR PARA QUE? EU É QUE NÃO PRECISO DISSO! TE-
NHO MUITO MAIS A FAZER. CHEIO DE PROBLEMAS NESSA VIDA E TANTAS
RESPONSABILIDADES, EU VOU AINDA PERDER O MEU PRECIOSO TEMPO, O
MEU DINHEIRO E OS MEUS CABELOS, ARRUMANDO SARNA PARA ME COÇAR?
DEFINITIVAMENTE, UM RELACIONAMENTO NÃO FAZ PARTE DAS METAS QUE
TENHO. FAÇA-ME O FAVOR! HOJE, EU DECIDI TIRAR A MÁSCARA. QUERO
ME MOSTRAR COMO EU SOU: UM SUJEITO SEM LEMBRANÇAS AMOROSAS (A-
FINAL DE CONTAS: O QUE É O AMOR?), SEM SENTIMENTOS. ESTOU POU-
CO ME LIXANDO COM O QUE OS OUTROS VÃO PENSAR. PODE LER AQUI NA
MINHA TESTA: EU SOU COMPLETAMENTE AUTOSUFICIENTE. NÃO PENSO EM
NINGUÉM ALÉM DE MIM MESMO. (TALVEZ, AINDA PENSE NA HUMANIDADE,
MAS APENAS QUANDO PENSAR NELA TAMBÉM SIGNIFICA PENSAR EM MIM).
PAREI. CANSEI DE ENGANAR. ESSE SOU EU MESMO, O AUTOSUFICIENTE.