Sempre achei que essa minha personalidade era muito caracterizada pela lealdade, entrega e firmeza das posições, hoje tive certeza. Pois tento ser sensato, moderado, racional, equilibrado, mas não sou, sou radical, apaixonado, 100% em tudo (apesar de ser inconstante quando as coisas perdem a graça), mas nos relacionamentos é tudo ou nada, mesmo tentando manter a pose. Apesar de ter terminado um relacionamento de 4 anos, 5 meses, 17 dias e 9 horas, no dia 23/12 (acabamos porque tinha que ser, ainda que gostando um do outro – ela queria que eu apostasse tudo, mas não queria perdê-la na aposta, ela era cara demais pra mim). Fiquei na minha, completamente dedicado aos meus projetos, quando tive a notícia, hoje, de que tem um carinha investindo e acompanhando Carla. Pronto, foi o suficiente para vir todo o sentimento de perda e eu me sentir o pior dos homens da face da terra.
Cada mitocrôndria era Carla... a cada ciclo de Krebs era Carla... clivagem de succinil CoA... (Carla!?) – Toronto está linda nevando, meu doutorado está uma droga, se ela estivesse aqui, eu a ensinaria a patinar... Férias, Brasil, Julho, Carla... Bomba!
Toda vez eu penso que já estou acostumado a me sentir nas nuvens quando estou com alguém e me sentir um lixo quando terminamos (e olhe que eu enrolo muito pra terminar, porque sei o quanto é difícil para mim depois). Não sou de chorar, mas parece que a gente nunca está acostumado com sofrimento, o negócio agora é torcer pra que esse estômago embrulhado e o coração despedaçado cicatrizem logo.
Só nós para nos entendermos... sou visto como soberbo, dono do mundo, quando na verdade meu coração é todo de manteiga derretida. Mas "estamos aí, firme e forte", mantendo a pose como se nada estivesse acontecendo. Se é do signo de leão ou do ascendente escorpião ou da minha própria personalidade, eu não sei... mas que eu estou pagando pra sair dessa montanha-russa, isso eu estou! Cassimiro aqui, vai enfartar, já, já, desse jeito.