Nietzsche, Nicht!
"És escravo? Então não podes ser amigo.
És tirano? Então não podes ter amigos.
Há demasiado tempo que se ocultavam na mulher um escravo e um tirano. Por isso a mulher ainda não é capaz de amizade; apenas conhece o amor.
No amor da mulher há injustiça e cegueira para tudo quanto não ama. E mesmo o amor, reflexo da mulher, oculta sempre, a par da luz, a surpresa, o raio da noite.
A mulher ainda não é capaz de amizade: as mulheres continuam sendo gatas e pássaros. Ou, melhor, vacas.
A mulher ainda não é capaz de amizade. Mas dizei-me vós homens: qual de vós outros é, porventura, capaz de amizade?"
És tirano? Então não podes ter amigos.
Há demasiado tempo que se ocultavam na mulher um escravo e um tirano. Por isso a mulher ainda não é capaz de amizade; apenas conhece o amor.
No amor da mulher há injustiça e cegueira para tudo quanto não ama. E mesmo o amor, reflexo da mulher, oculta sempre, a par da luz, a surpresa, o raio da noite.
A mulher ainda não é capaz de amizade: as mulheres continuam sendo gatas e pássaros. Ou, melhor, vacas.
A mulher ainda não é capaz de amizade. Mas dizei-me vós homens: qual de vós outros é, porventura, capaz de amizade?"
Trecho retirado de "Do Amigo" em "Assim falou Zaratustra", por Friedrich Nietzsche.
Da escravidão e da tirania inerente ao ser humano em sua relação amorosa, poderia dizer que existe a mesma essência tanto num quanto no outro sexo. No amor não há justiça, senão diante do quase impossível fato de se estar diante de pessoas que conseguimos amar na mesma forma e intensidade. Mas, Nietzsche, por que fostes tão burro ao igualar os sexos na incapacidade de ter amizade no lugar de reduzi-los à mesma loucura do amor?
Junto com os sexistas, abomino os esteriótipos e toda forma de imposição de um pensamento convencional social. Não existe um homem submisso? Não existe uma mulher autoritária? Um homossexual não pode ter moral? Um criminoso não possui dignidade? É tudo uma questão de opção? É tudo uma questão de determinação? É-me repugnante todo estigma social.
Não consigo dizer, como Voltaire, "Posso não concordar com o que dizes mas defenderei até a morte que tenhas o direito de dize-lo", porque até mesmo a expressão do pensamento pode ser uma forma de violência ao próximo. Portanto, haveriam regras de pensamento que seja absolutas? Eu creio que há. Nem tudo é relativo. Ainda que não seja absoluto o conceito de "violência ao próximo", quase sempre posso assumi-lo como um valor acima dos demais nas regras de convivência social. Quase poderia concordar com Clarice Lispector quando ela pede: "Escuta: eu te deixo ser, deixa-me ser então", se não houve pessoas com quem eu me importasse. Não concordarei com ninguém hoje!
Caro, Nietzsche, lamento por não terdes conhecido as mulheres com quem me envolvi e outras tantas que cultivo admiração e amizade. Melhores que eu em muitos aspectos. Femininas, guerreiras, tresloucadas... e, ao mesmo tempo, meu baluarte.