terça-feira, janeiro 11, 2005

Sour Guy

Ouvia meu silêncio, lia as palavras que eu não escrevia... De alguma forma, usava-me para se curar, retirando de mim o antídoto precisava. Brigava sozinha, berrava, esperneava, praguejava na minha frente e, como num circo, eu ria do seu show particular. Quantas vezes não sonhei colocando-a no meu colo para acalmá-la, se pudesse tocá-la, se estivesse por perto, mas eu apenas sorria.

Desapareci (ou foi ela?) e reapareci (ou busquei-a?) quando eu precisava me curar.

Então, ela ouviu meu silêncio, leu as palavras que eu não escrevi... De alguma forma, cuidou de mim, retirando de mim o veneno que me matava. Foi quando percebi que era isso que ela fazia desde o primeiro dia que a conheci.


Para quem nunca quis me conhecer (dizia que se sentiria nua, se me visse), não esperava um pedido de casamento. Daqui a cinco anos, talvez, quem sabe?

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